História, perguntado por kb3002, 9 meses atrás

resumo do filme cidadão kane , me ajudem help​

Soluções para a tarefa

Respondido por leletalvs
2

Em “Cidadão Kane”, deste modo, Welles faz com que o espectador seja o grande privilegiado, porque só este descobre o verdadeiro sentido da vida de Kane, enquanto ninguém na trama jamais descobrirá. Isso também significa que é preciso estar fora da história para compreendê-la por completo. A vida só ganha sentido após a morte, mas não para os participantes da história, mas para o espectador, que é também o único a ser totalmente excluído da trama, e é por isso que ele está privilegiado. Aliás, quando o espectador assiste ao filme pela primeira vez ele ainda está participando da trama, em seu papel de espectador. Porém, o mistério só é revelado no final, quando a trama acaba, e o espectador só ganha o conhecimento quando o filme também já está consumado, junto com o personagem e seu segredo. Desse modo, o próprio filme, assim como o sentido da vida, só é revelado e só pode ser compreendido e refletido quando se está consumado.

Respondido por guimel76
0

Apontado frequentemente como um dos melhores filmes já produzidos, a obra-prima de Orson Welles conta a história do magnata da imprensa Charles Foster Kane em uma sequência de flashbacks. Um jornalista fica intrigado pela última palavra de Kane - rosebud - e tenta descobrir o seu significado entrevistando pessoas do passado do magnata.

Cidadão Kane

Lançado em 1941, Cidadão Kane (Citizen Kane, EUA), considerado o melhor filme de todos os tempos, é um dos filmes mais discutidos e analisados dos últimos 60 anos. Apresentando a vida do magnata da imprensa Charles Foster Kane sob diferentes pontos de vista, a obra critica a mídia e o capitalismo americano numa narrativa inovadora e consistente, e de reconhecida beleza visual.

Logo nas primeiras cenas, o diretor Orson Welles, que também protagoniza o filme, mostra sua habilidade ao adentrar o espectador sutilmente na mansão de Kane, e ao confundir uma casa na neve com o peso de papel que o protagonista deixará espatifar no chão, após pronunciar sua última palavra, Rosebud. A partir daí, a busca pelo significado dessa expressão leva um repórter a descobrir as diversas facetas do influente Kane. No auge de sua fortuna, antes da crise de 29, o barão da imprensa possuía 37 jornais espalhados pelo território americano, uma rede de rádio, fábricas de papel, prédios e a terceira maior mina de ouro do mundo.

Com o objetivo de destrinchar a vida de Kane e de descobrir sua verdadeira personalidade, o repórter entrevista as pessoas mais próximas do protagonista, como o secretário Bernstein (Everett Sloane), o melhor amigo Leland (Joseph Cotten), a segunda esposa, Susan Alexander (Dorothy Comingore), e o mordomo da mansão, além de consultar o diário pessoal de Thatcher (George Coulouris), o falecido tutor e administrador dos bens de Kane. A cada depoimento segue um flashback que resgata os mesmos episódios representativos da vida do voraz magnata da imprensa, do amigo soberbo, do chefe entusiasta e do marido prepotente. Porém, esses episódios são contados sob diferentes pontos de vista, de forma a complementar a história. Através dos flashbacks, o diretor constrói e sustenta a narrativa de forma inovadora.

A originalidade da obra de Welles vai além da narrativa não-linear e do uso do tempo não cronológico para encadear a história. Com o recurso conhecido por profundidade de campo, ou deep focus, através do qual todas os objetos em cena ficam em foco, o diretor destacou não só o primeiro plano, mas também o que acontecia no segundo plano, enriquecendo a história. Welles também usou de contra-plongées e do jogo de sombras para revelar a personalidade de Kane. A ambientação do protagonista é completada pelo trabalho do compositor Bernard Herrmann, que costumava fazer a trilha sonora dos filmes de Hitchcock, e pela bela fotografia de Gregg Toland, contribuindo para a eficiente abordagem de Kane sob diferentes óticas. Ao aspecto técnico somam-se as ótimas atuações dos atores vindos do grupo Mercury Theater, de Welles.

No entanto, apenas o roteiro de Welles e Herman J. Mankiewicz foi premiado com um Oscar, dentre nove indicações, desprezando o excelente desempenho de Welles como ator e diretor. O boicote de Hollywood e o fraco desempenho nas bilheterias podem ser creditados a campanha que William Randolph Hearst moveu contra o filme, através de seu império de comunicação. Hearst, que juntamente com Joseph Pulitzer criou o jornalismo sensacionalista americano, não gostou das coincidências entre sua biografia e a vida de Kane. Em sua batalha contra a história do magnata da imprensa, Hearst chegou a exigir que o estúdio R.K.O. destruísse os negativos do filme.

O contrato de Welles com o estúdio também merece destaque. Com apenas 25 anos de idade, o diretor obteve uma excepcional liberdade para filmar sua obra. A fama conquistada no rádio com a repercussão da representação da obra A Guerra dos Mundos, e no teatro, através de adaptações de Shakespeare, possibilitou esse contrato inédito com a R.K.O. O desprezo inicial dispensado ao filme foi compensado pelo reconhecimento internacional após o fim da guerra. Cidadão Kane foi considerado marco-zero do Modernismo e eleito o filme mais importante do cinema seguidas vezes pela British Film Institute. Em votação realizada em 1998, foi escolhido como o melhor filme de todos os tempos, pelo American Film Institute. Além disso, a obra influenciou e estimulou cineastas famosos. Certa vez, o diretor francês François Truffaut definiu Cidadão Kane como “um hino à juventude e uma meditação sobre a velhice, um ensaio sobre a vaidade e um poema sobre a decrepitude".

Perguntas interessantes