resumo do filme até o último homem
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Dirigido por Mel Gibson (A Paixão de Cristo) e estrelado por Andrew Garfield (O Espetacular Homem-Aranha), Até o Último Homem (Hacksaw Ridge) conta a história real do soldado e socorrista Desmond Doss, que lutou na Batalha de Okinawa, ocorrida no Japão durante a Segunda Guerra Mundial.
Nascido em Virgínia, Desmond cresceu traumatizado com a violência familiar que presenciava dentro de sua casa. O pai, ex-militar e muito rancoroso em relação a guerra, bebia e batia em sua esposa, mãe do garoto e mais um menino. Em uma briga com o irmão quando ainda eram crianças, Desmond acerta sua cabeça com um tijolo, e o acontecimento que quase leva a morte o deixa bastante arrependido. Alguns anos mais tarde, ele ameaça seu pai com uma arma para proteger sua mãe durante uma briga, e depois daquilo promete nunca tirar a vida de alguém e nunca mais tocar em uma arma. Ele cresce determinado a salvar vidas, apesar de não ter dinheiro para pagar seus estudos e se tornar um doutor.
Adventista, Desmond se torna um bom cristão, bastante religioso, simples, e com uma espiritualidade diferente da dos demais. Conhece no hospital uma enfermeira por quem se apaixona a primeira vista. Após o ataque a Pearl Harbor, decide que precisa se alistar assim como os demais homens e rapazes de sua idade. Deixa sua amada com a intenção de se casarem logo quando puder reencontrá-la.
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Assim que começa o treinamento militar, Desmond revela que não tocaria em armas, e sua “desobediência” as ordens dos superiores faz com que sofra violência e perseguição por parte de seus companheiros de batalhão, que o chamavam de covarde e riam de suas convicções religiosas. Além disso, Desmond é preso e enfrenta uma espécie de “júri”, quando finalmente consegue permissão para ir à guerra como socorrista sem carregar armas – tudo graças a uma ajuda de seu pai.
Até o Último Homem é um filme simplesmente sensacional. Gostaria de poder expressar tudo o que a história me fez sentir, mas esse é um daqueles casos em que as palavras se tornam insuficientes até mesmo para fazer uma indicação. Ainda assim, considero um dever tentar explicar o motivo pelo qual gostei tanto do filme.
O primeiro ponto a ressaltar é o fato de a história se passar de maneira bastante balanceada. Inicialmente, ela nos apresenta a infância de Desmond e sua vida antes da guerra alternando entre momentos de drama, comédia e até mesmo romance romântico, como quando ele quase mata o irmão e presencia o pai agredir a mãe, ou quando conhece sua noiva e mostra um pouco de seu comportamento e personalidade peculiar, além de suas crenças. Já com as cenas que mostram sua vida no batalhão, novamente temos um pouco de comédia e descontração, além de todo o drama que enfrentou até que finalmente conseguisse a permissão de ir à guerra respeitando seus princípios. Desmond nos conquista com sua maneira de ser, e até mesmo o contexto extremamente religioso em certos momentos não atrapalha aqueles que não concordam com suas crenças.
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Quando a guerra toma conta do filme, tudo se torna aflição e desespero. Com cenas fortes, na sala de cinema a sensação é de que estamos na batalha junto com os soldados, e se torna impossível esquecer que, no meio da matança, Desmond não carrega arma alguma para se defender. Com o respeito que acabou ganhando de alguns soldados, contudo, ele consegue cobertura em alguns momentos, tudo contribuindo para ainda mais emoção. Torcendo para Desmond, acabamos por tomar o lado dos americanos enquanto esquecemos que no outro lado – o Japão – há também vidas que não necessariamente gostariam de estar ali, e que ao morrerem deixam para trás famílias e amigos.
Desmond Doss foi um herói disposto a se sacrificar pelos companheiros e colocar sua vida em risco para ajudar até mesmo o inimigo. Esse filme é digno de sua história. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som e Melhor Edição, minha torcida será grande para que seja o vencedor de pelo menos algumas delas. Fica aqui uma recomendação gigantesca para que se aproveite a oportunidade de ir aos cinemas o quanto antes e presenciar em tela grande essa obra prima.
Resposta:
No filme, durante a Segunda Guerra Mundial, o médico do exército Desmond T. Doss (Andrew Garfield, de O Espetacular Homem-Aranha) se recusa a pegar em uma arma e matar pessoas, pois isso é contra os seus valores, porém, durante a Batalha de Okinawa, ele trabalha na ala médica e salva mais de 75 homens, sendo condecorado. O que faz de Doss o primeiro Opositor Consciente da história norte-americana a receber a Medalha de Honra do Congresso.
O filme vai acompanhando a história de Doss e a luta com seus superiores para que ele possa trabalhar na ala médica sem sequer segurar uma arma. Por boa parte da projeção acompanhamos seu treinamento, seu julgamento, suas relações e sua batalha na guerra, que demora para acontecer, mas quando começa é um cataclismo horrível de terror .Imerso na violenta loucura da guerra, Até o Último Homem enraíza seu drama nos irretocáveis valores de Doss . Com isso podemos argumentar que Gibson, enquanto cineasta, está fazendo uma espécie de ritual de renúncia. Não é o caso! O filme ainda fala, em alguns níveis político-metafóricos, assim como no restante do cinema do diretor, e abraça os problemas que o definiram mas que ele parece estar tentando transcender.
De certa forma, Até o Último Homem usa a guerra como pano de fundo para o drama real de um médico cujo destemor e sentimento que ele cultiva por seus irmãos soldados é que se mostram importantes. Garfield tem um desempenho reverente, mas que não cria um filme de guerra assustador ou emocionante o suficiente para rivalizar com os clássicos do gênero.Dado o drama sobre o pacifismo vs guerra mostrado ao longo de todo o filme, falta uma cena na qual Desmond considere violar os seus princípios em meio a todo aquele caos. Uma cena que teria adicionado toda uma dualidade a esta moeda com apenas uma cara (ou uma coroa, se preferir). Seria o real confronto entre o violento e o pacifista, os dois lados de Mel Gibson já vistos em sua carreira e na sua vida enquanto celebridade. Mas aí seria um filme diferente! Um filme que, para Gibson, poderia parecer um pouco menos seguro para se arriscar na direção.
espero ter ajudado