resumo do enredo do livro Iracema
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ENREDO
A primeira cena antecipa o fim do livro, o que reforça a unidade da obra: Martim e Moacir deixam a costa do Ceará em uma embarcação, quando o vento lhes traz aos ouvidos o nome de Iracema.
No segundo capítulo, a narrativa retrocede no tempo até o nascimento de Iracema. A personagem é então apresentada ao leitor: “Virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira”. A índia é descrita como uma linda e excelente guerreira tabajara, “mais rápida que a ema selvagem”. Por isso mesmo, sua reação ao avistar o explorador Martim é desferir-lhe uma flechada certeira. Essa é também uma referência à flecha de cupido, já que, desde o primeiro olhar trocado pelos personagens, se percebe o amor que floresce entre os dois.
Martim desiste de atacar a índia assim que põe os olhos nela. Iracema, por sua vez, parece ter atirado a flecha por puro reflexo, pois logo depois se arrepende do gesto e salva o estrangeiro, levando-o até sua aldeia.
Martim é recolhido à aldeia pelo pajé Araquém, pai de Iracema, e apresenta-se a ele como um aliado de seus inimigos potiguaras que se perdera durante uma caçada. O pajé o trata com grande hospitalidade e garante hospedagem, mulheres e a proteção de mil guerreiros.
Iracema oferece mulheres a Martim, que prontamente as recusa e revela sua paixão por ela. O amor de Martim é cristão, idealizado. O de Iracema também, mas por motivo diverso: ela guarda o segredo da jurema, por isso precisa manter se virgem. Esse é o estratagema que Alencar utiliza para transpor o amor romântico europeu às terras americanas. Uma índia, criada fora dos dogmas cristãos, não teria motivos para preservar sua virgindade.
AMOR PROIBIDO
As proibições reforçam ainda mais o amor entre a índia e o português. São as primeiras de muitas provações que tal união terá de enfrentar. Em linhas gerais, o romance estrutura-se no embate entre tudo o que une e o que separa os dois amantes.
Irapuã é o chefe guerreiro tabajara e funcionará, no esquema narrativo da obra, como um antagonista de Martim. Na primeira desavença entre os dois, o velho pajé Andira, irmão de Araquém, intervém em favor do estrangeiro. Iracema pergunta ao amado o motivo de sua tristeza e, percebendo que ele tinha saudade de seu povo, pergunta se uma noiva branca espera pelo seu guerreiro. “Ela não é mais doce do que Iracema”, responde Martim. Irapuã nutre amor não correspondido pela virgem e logo reconhece no português um inimigo mortal.
Iracema conduz Martim ao bosque sagrado, onde lhe ministra uma poção alucinógena. O guerreiro branco delira, e a índia adormece entre os seus braços.
Enquanto isso, Itapuã continua alimentando planos para se livrar do estrangeiro. O amor entre os protagonistas parece impossível de se concretizar, por isso Martim é coagido por Iracema a voltar para sua terra. Caubi, irmão de Iracema, acompanha-os. No caminho de volta, porém, são atacados por guerreiros liderados por Irapuã. Martim, Iracema e Caubi refugiam-se na taba do pajé Araquém, que usa de um truque para salvar o português da ira do chefe guerreiro.
Sucede-se o encontro amoroso entre Martim e Iracema, narrado delicadamente pelo autor. Martim está inconsciente por ter ingerido a bebida da jurema e a índia deita-se ao seu lado. A frase “Tupã já não tinha sua virgem na terra dos tabajaras” é a sutil indicação de que a união amorosa se realizara.
Os acontecimentos que se seguem têm como pano de fundo a guerra entre potiguaras e tabajaras. Martim escapa de seus inimigos tabajaras e une-se aos vencedores potiguaras. Iracema, porém, sente-se profundamente triste pela morte dos entes queridos e não suporta viver na terra de seus inimigos.
O casal muda-se então para uma cabana afastada, localizada numa praia idílica. Com eles vai Poti, o grande amigo de Martim. Lá vivem um tempo de felicidade, culminando com a gravidez de Iracema e o batismo indígena de Martim, que recebe o nome de Coatiabo, ou “gente pintada”. Com o passar do tempo, contudo, o português se entristece por não poder dar vazão a seu espírito guerreiro e por estar com muita saudade de sua gente. A bela índia tabajara também se mostra cada vez mais triste.
Numa ocasião em que Martim e Poti saem para uma batalha, nasce o filho, Moacir. Quando os dois amigos voltam da guerra, encontram Iracema à beira da morte. O corpo da índia é enterrado aos pés de um coqueiro, em cujas folhas se pode ouvir um lamento. Daí vem o nome Ceará, canto de sua jandaia de estimação, uma ave que sempre a acompanhava.
CONCLUSÃO
Iracema, por amor a Martim, abandona família, povo, religião e deus. É uma clara referência à submissão do indígena ao colonizador português. Alguns dizem que o nome Iracema é também um anagrama de América.
Resumo
O livro Iracema apresenta a história de amor da virgem dos lábios de mel, Iracema, e o primeiro colonizador português do Ceará, Martim, que é um guerreiro branco e amigo dos pitiguaras, índios do litoral.
Martim se perde na mata e é encontrado por Iracema, que o acolhe ao perceber que ele não é nenhum inimigo, assim ela o leva para sua tribo (tribo dos tabajaras), onde é tratado como hóspede. Surge então um amor repentino entre Iracema e Martim.
As tribos tabajaras e pitiguaras eram rivais: os pitiguaras eram amigos dos portugueses e os tabajaras aliados dos franceses. Os tabajaras habitavam o interior e estavam em celebração ao grande chefe Irapuã, que iria comandá-los no combate aos pitiguaras.
O romance se complica porque Martim e Irapuã estão apaixonados por Iracema, então Irapuã tenta matar Martim quando este tenta fugir da aldeia, após saber do combate que está por vir.
Iracema é filha do pajé, guardiã do segredo da jurema e não pode se casar, mas a união dela e de Martim se dá numa noite em que ela se entrega ao português. Assim, Martim decide fugir da fúria de Irapuã e dos tabajaras, mas Iracema se propõe a segui-lo ao encontro de Poti, chefe dos pitiguaras. Nessa fuga são seguidos por Irapuã e os tabajaras, resultando no confronto entre as duas tribos.
Iracema, mesmo abalada com a derrota de seu povo, decide viver com Martim na tribo dos pitiguaras, porém o tempo passa e Martim não demonstra mais tanto interesse por ela. O português sente falta dos seus, embora saiba que é conflitante, pois não pode levar Iracema junto com ele.
Martim, agora chamado pelo nome indígena Coatiabo, participa de vários combates, deixando a esposa muito sozinha. Enquanto isso ela engravida e tem sozinha o filho às margens do rio. Iracema sofre a ausência do esposo, assim definhando de tristeza. Após a morte dela, Martim, seu filho Moacir (nascido do sofrimento de Iracema), e o cão vão embora para Portugal, mas tempos depois voltam e colonizam o Ceará.