Respeita as mina
Short, esmalte, saia, mini blusa, brinco, bota de camurça e o batom? Tá combinando!
Uma deusa, louca, feiticeira, alma de guerreira, sabe que sabe e já chega sambando!
Calça o "tenizin" se tiver a fim, toda toda swag, do hip hop ao reggae
Não faço pra buscar aprovação alheia
Se fosse pra te agradar, a coisa tava feia
Então mais atenção com a sua opinião!
Quem entendeu levanta a mão!
Respeita as mina!
Toda essa produção não se limita a você!
Já passou da hora de aprender: que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser!
Respeita as mina!
Toda essa produção não me limita a você!
Já passou da hora de aprender que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser!
Sim, respeito é bom! Bom, flores também são. Mas não quando são dadas só no dia 08/03
Comemoração não é bem a questão. Dá uma segurada e aprende outra vez!
Saio e gasto um "dim", sou feliz assim, me viro, ganho menos e não perco um "rolezin"
Cê fica em choque por saber que eu não sou submissa e quando eu tenho voz cê grita:
"Ah lá a feminista!"
Não aguenta a pressão, arruma confusão
Para que tá feio, irmão!
Respeita as mina!
Toda essa produção não me limita a você
Já passou da hora de aprender que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser
Respeita as mina!
Toda essa produção não me limita a você
Já passou da hora de aprender que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser
Não leva na maldade não, não lutamos por inversão
Igualdade é o "x" da questão, então aumenta o som!
Em nome das Marias, Quitérias, da Penha Silva
Empoderadas, revolucionárias, ativistas
Deixem nossas meninas serem super heroínas,
Pra que nasça uma Joana D´arc por dia!
Como diria Frida: "Eu não me Kahlo!"
Junto com o bonde, saio pra luta e não me abalo.
O grito antes preso na garganta já não me consome
É pra acabar com o machismo e não pra aniquilar os homens!
Quero andar sozinha porque a escolha é minha,
Sem ser desrespeitada e assediada a cada esquina
Que possa soar bem correr como uma menina,
Jogar como uma menina, dirigir como uma menina, ter a força de uma menina.
Se não for por mim, mude por sua mãe ou filha!
Respeita as mina!
Toda essa produção não me limita a você
Já passou da hora de aprender que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser
Respeita as mina!
Toda essa produção não me limita a você
Já passou da hora de aprender que o corpo é nosso, nossas regras, nosso direito de ser
(Kell Smith)
01) Justifique o título da canção:
02) No primeiro verso da música aparece uma certa cobrança feminina. Qual é ela? O que você pensa a respeito disso?
03) A parte que aparece sublinhada na primeira estrofe faz uma intertextualidade com uma música antiga da cantora Rosana. Descubra-a e copie para cá:
04) Por que a palavra "tenizin" encontra-se entre aspas?
05) Transcreva marcas de oralidade (da forma de falar do cotidiano) da música, dizendo sua importância:
06) Por que você acha que se optou por escrever "as mina" e não "as minas"? Comente, deixando claro se isso configura ou não um desvio gramatical (erro):
07) Que forte crítica é feita no primeiro verso da terceira estrofe? Justifique sua resposta:
08) Por que algumas palavras encontram-se em itálico na música?
09) Cite do texto um exemplo de vocativo, explicando. Você pode pesquisar o que é um vocativo na internet.
10) Quando uma mulher geralmente é rotulada de "feminista"? O que é ser, de fato, feminista?
11) Copie da música versos que revelam que as mulheres não querem superioridade e sim igualdade:
12) Explique os versos em negrito na sexta estrofe:
13) De que forma são utilizadas, em geral, as expressões "como uma menina" e afins? O que a música propõe de diferente?
15) Que mensagem a música transmite?
Soluções para a tarefa
Resposta:
tenho todo respeito por voçes
01) O título da canção mostra a ideia central da sua letra: “Respeita as mina”. Ou seja, indica o respeito que se deve ter pelas mulheres.
02) No primeiro verso aparece a cobrança de que mulheres devem estar sempre bonitas e arrumadas; isso, incluindo da roupa/sapato aos cuidados com as unhas, maquiagem e adereços. Por conta disso, muitas mulheres acabam vivendo infelizes. Não concordo com tal cobrança e não me rendo a ela, pois trata-se de algo que se limita à superficialidade das aparências.
03) A intertextualidade é um recurso linguístico que faz o diálogo entre duas ou mais obras. Na primeira estrofe de “Respeita as mina”, há uma intertextualidade evidente com a música “Como uma Deusa”, interpretada pela cantora Rosana. Na música de Rosana, o refrão diz: “Como uma deusa/Você me mantém...”. Em “Respeita as minas”, temos: “Uma deusa, louca, feiticeira...”.
04) "Tenizin" está entre aspas, porque essa palavra não existe na língua portuguesa. Sempre que escrevemos gírias, estrangeirismos, neologismos e palavras com grafia propositalmente errada, devemos colocá-los entre aspas. "Tenizin" é uma forma oralizada para o diminutivo de tênis.
05) Em “Respeita as mina”, há várias marcas de oralidade; ou seja, vários exemplos de palavras que aparecem da maneira como as pessoas as falam no dia a dia, e, não, da maneira gramaticalmente correta ou culta. Alguns exemplos: “as mina”, "tenizin", rolezin” e "dim”. A importância dessa oralidade no contexto da letra é fundamental, pois mostra que a canção trata da vida real e cotidiana das mulheres. Essas palavras são usadas e ouvidas nas ruas.
06) A opção pela expressão “as mina” e, não, “as minas” (no plural) tem a intenção de destacar “esse quê” de vida real, que a canção aborda. Sabemos que uma parcela da população brasileira fala “as mina” no seu dia a dia, e a canção quis retratar isso. Existe, sim, um erro gramatical, se considerarmos o registro culto da gramática da língua portuguesa.
07) No primeiro verso da terceira estrofe, a crítica feita é a seguinte: respeito e flores são coisas boas, mas que não devem ocorrer apenas em datas comemorativas, como o Dia Internacional da Mulher (08/03). A linguagem é direta: respeito, sobretudo, tem que ser realidade diária.
08) Algumas palavras encontram-se em itálico, porque não são da língua portuguesa.
09) Há um vocativo (“, irmão”) na frase “Para que tá feio, irmão!”. O vocativo é um "chamamento". Na canção, é uma “chamada na lata”, endereçada a todo homem (na letra, o genérico e impessoal “irmão”) que não respeita as mulheres e que deve parar de fazer isso, porque está ficando “feio” tal comportamento.
10) Muitas vezes em que mulheres levantam suas vozes contra preconceitos e agressões, acabam sendo “rotuladas” como feministas. Isso com uma carga, geralmente, negativa. Na verdade, ser feminista é lutar para que mulheres tenham os mesmos direitos que homens no mercado de trabalho, na vida familiar, na política etc. Ou seja, reivindicações mais do que pertinentes. A propósito, o feminismo surgiu no século XIX, como um movimento filosófico, social e político.
11) Versos que mostram que as mulheres não aceitam mais submissão e machismo, querendo, sim, igualdade de direitos em relação aos homens: “Igualdade é o ‘x’ da questão, então aumenta o som!”, “É pra acabar com o machismo e não pra aniquilar os homens!” e “Cê fica em choque por saber que eu não sou submissa e quando eu tenho voz cê grita”.
12) A sexta estrofe deixa claro que as mulheres não vão mais se calar diante do machismo e que querem ter o direito de realizar suas escolhas sem medo de serem desrespeitadas ou assediadas.
13) Geralmente, quando usamos expressões “como uma menina” e similares, estamos focando na pureza e na liberdade infantis. Na canção, ao se usar tais expressões, fica evidente o desejo de destacar a liberdade de fazer o que se quer, bem característica das crianças, mas também fica claro o desejo de marcar o gênero feminino e dar a ele força, poder. Essa ideia do empoderamento é a diferença.
15) A mensagem da canção é muito direta: “Mulheres, vamos à luta!” e “Homens, entendam que somos guerreiras, temos nossos direitos e desejos e exigimos respeito!”. Já passou o tempo de aceitarmos machismos, submissões, desrespeitos e preconceitos de gênero. Nós, mulheres, temos direitos próprios, temos nossa voz, e não temos que agir em função dos homens. Queremos e lutamos por respeito.
Canção “Respeita as mina” tem várias marcas propositais de oralidade
A cantora e compositora Kell Smith ficou conhecida graças à música "Era uma vez", que teve mais de 300 milhões de visualizações logo depois que foi lançada. "Respeita as mina" (2017) é outro sucesso da jovem, em coautoria com Rick Bonadio.
A letra de "Respeita as mina" mostra, propositalmente, vários casos de oralidade; ou seja, vários exemplos de palavras que aparecem da maneira como as pessoas as falam no dia a dia, e, não, da maneira gramaticalmente correta ou culta. No próprio título, lemos "as mina".
Essa oralidade mostra que a canção trata da vida real e cotidiana das mulheres.
A mensagem da canção é direta, principalmente para homens machistas: mulheres têm direitos e desejos próprios e não têm que agir em função dos homens. Mulheres exigem respeito.
Aprenda mais sobre feminismo em: https://brainly.com.br/tarefa/52097701
#SPJ2