Filosofia, perguntado por LucasSSilva11, 1 ano atrás

resenha sobre o filme a culpa e das estrelas

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Respondido por xxxbot312
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E eis que finalmente estreou! Vou confessar que levei mais tempo do que deveria pra ler o A culpa é das estrelas; não porque eu tenha algum tipo de preconceito com ficção young adult (ficção para jovens adultos, em tradução livre), mas porque sabia que era sobre adolescentes com câncer e isso me soava apelativo em vários níveis. Eu também não tinha lido nada do John Green, e às vezes o hype me incomoda. Mas aí minha chefe foi passar uns dias em NY e chegou no escritório com o livro no original, e eu não resisti. Faço um esforço pra ler literatura contemporânea no original, já que trabalho com isso, e acho que principalmente quando se trata de young adult, as nossas editoras ainda precisam avançar um bocado na questão da tradução. Fica sempre tudo muito empoado ou muito infantilizado, quase nunca no ponto. Enfim. Catei o livro, fui pra casa e pã: me apaixonei. Não é um livro sobre crianças com câncer, é um livro sobre primeiro amor, sobre as durezas da adolescência. E sim, há pessoas jovens com câncer, mas em nenhum momento isso as define. E está aí o brilhantismo da coisa toda. Isso e o fato de que o John Green escreve diálogos bem pra caramba. Fora que há toda uma segunda camada no livro, para além da história linda e emocionante. É como se o autor fosse inserindo camadas de complexidade pra quem quiser e conseguir pescar – toda a história deles com o autor do livro preferido da Hazel é tipo uma introdução à teoria da literatura, e eu achei isso muito bacana. Daí tem o filme. Gente, que casting! Não só dos dois pombinhos principais, que são maravilhosos (a expressão do Ensel Elgort, do momento em que eles chegam em Amsterdã pra frente, muda de um jeito tão espetacular que chega a doer, e a Shay parece que nasceu para ser a Hazel). Enfim, a trilha é linda, os coadjuvantes são incríveis e eu achei que todas as cenas mais importantes do livro ficaram lindas na telona, à exceção de uma: o beijo dentro do Anne Frank Museum. E vou explicar: pra começar, achei longa e sofrida demais a subida até o sotão – uma coisa meio Rocky Balboa, sabe? Muito drama. E segundo porque, como eu disse num texto sobre relação com a família aqui na Capitô, eu achei lindo que esse beijo tivesse acontecido depois de um vídeo em que o pai da Anne Frank fala sobre a questão de nunca conhecermos de fato os nossos filhos. Faz sentido e é lindo porque aquele é o momento em que a Hazel percebe o quanto ela precisa se deixar amar por uma pessoa que não os seus pais. E aí no filme isso não rola. Mas é coisa pequena. E o filme ainda tem uma cena maravilhosa e hilária que não rola no livro, mas vou me abster de descrever pra quem ainda não leu/assistiu. É emocionante, gente, e de minha parte está recomendadíssimo.


"apenas minha opnião"
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