Relacione os textos de Celso furtado e Caio prado junior, por meio de uma resenha
●Texto de Celso Furtado
DA EXPANSÃO COMERCIAL À EMPRESA AGRÍCOLA
Celso Furtado – Formação econômica do Brasil
A ocupação econômica das terras americanas constitui um episódio da expansão
comercial da Europa. Não se trata de deslocamentos de população provocados por pressão
demográfica — como fora o caso da Grécia — ou de grandes movimentos de povos
determinados pela ruptura de um sistema cujo equilíbrio se mantivesse pela força — caso das
migrações germânicas em direção ao ocidente e sul da Europa. O comércio interno europeu,
em intenso crescimento a partir do século XIV havia alcançado um elevado grau de
desenvolvimento no século XV, quando as invasões turcas começaram a criar dificuldades
crescentes às linhas orientais de abastecimento de produtos de alta qualidade, inclusive
manufaturas. O restabelecimento dessas linhas, contornando o obstáculo otomano, constitui
sem dúvida alguma a maior realização dos europeus na segunda metade desse século1
.
Aos espanhóis revertem em sua totalidade os primeiros frutos, que são também os mais fáceis
de colher. O ouro acumulado pelas velhas civilizações da meseta mexicana e do altiplano
andino é a razão de ser da América, como objetivo dos europeus, em sua primeira etapa de
existência histórica. A legenda de riquezas inapreciáveis por descobrir corre a Europa e suscita
um enorme interesse pelas novas terras. Esse interesse contrapõe Espanha e Portugal,
“donos” dessas terras, às demais nações europeias. A partir desse momento a ocupação da
América deixa de ser um problema exclusivamente comercial: intervêm nele importantes
fatores políticos. A Espanha — a quem coubera um tesouro como até então não se conhecera
no mundo — tratará de transformar os seus domínios numa imensa cidadela. Outros países
tentarão estabelecer-se em posições fortes, seja como ponto de partida para descobertas
compensatórias, seja como plataforma para atacar aos espanhóis. Não fora a miragem desses
tesouros, de que, nos primeiros dois séculos da história americana, somente os espanhóis
desfrutaram, e muito provavelmente a exploração e ocupação do continente teriam
progredido muito mais lentamente.
O início da ocupação econômica do território brasileiro é em boa medida uma
consequência da pressão política exercida sobre Portugal e Espanha pelas demais nações
europeias. Nestas últimas prevalecia o princípio de que espanhóis e portugueses não tinham
direito senão àquelas terras que houvessem efetivamente ocupado. Dessa forma, quando, por
motivos religiosos, mas com apoio governamental, os franceses organizam sua primeira
expedição para criar uma colônia de povoamento nas novas terras — aliás, a primeira colônia
de povoamento do continente.
É para a costa setentrional do Brasil que voltam as vistas. Os portugueses
acompanhavam de perto esses movimentos e até pelo suborno atuaram na corte francesa
para desviar as atenções do Brasil. Contudo, tornava-se cada dia mais claro que se perderiam
as terras americanas a menos que fosse realizado um esforço de monta para ocupá-las
permanentemente. Esse esforço significava desviar recursos de empresas muito mais
produtivas no Oriente. A miragem do ouro que existia no interior das terras do Brasil — à qual
não era estranha a pressão crescente dos franceses — pesou seguramente na decisão tomada
de realizar um esforço relativamente grande para conservar as terras americanas. Sem
embargo, os recursos de que dispunha Portugal para colocar improdutivamente no Brasil eram
1 O desenvolvimento econômico de Portugal no século xv — a exploração da costa africana, a expausão agrícola nas ilhas do
Atlântico e finalmente a abertura da rota marítima das Índias Orientais — constitui um fenômeno autônomo na expansão
comercial europeia, em, grande parte independente das vicissitudes crescentes criadas ao comércio do Mediterrâneo oriental pela
penetração otomana. A produção de açúcar na Madeira e São Tomé alcançou seus pontos altos na segunda metade do século xv,
época em que os venezianos ainda conservavam intactas suas fontes de abastecimento nas ilhas do Mediterrâneo oriental. O
mesmo se pode dizer do comércio das especiarias das índias, pois a ocupação do Egito — entreposto principal — pelos turcos só
ocorreu um quarto de século depois da viagem de Vasco da Cama. A imediata consequência da abertura da nova rota foi u na
brusca queda dos preços das especiarias: os venezianos passaram a comprar pimenta em Lisboa pela metade do preço que
pagavam aos árabes em Alexandria. Veja-se sobre este ponto FREDY Thirier, Histoire de Vencsi, Paris, 1952, p. 104. O grande feito
português, eliminando os intermediários árabes, antecipando à ameaça turca, quebrando o monopólio dos venezianos e baixando
o preço dos produtos foi de fundamental importância para o subsequente desenvolvimento comercial da Europa.
●Texto do Caio Prado Junior
PRELIMINARES
1500-1530
1
O Meio Geográfico
Soluções para a tarefa
Respondido por
9
Os dois retratam o meio geográfico, como uma força a ser explorada de maneira intensa e assim conquistarmos os maiores lucros.
A exploração das terras é vital para o desenvolvimento, Caio fala acerca do desenvolvimento econômico de Portugal para a exploração da costa africana, e do Celso acerca da expansão comercial.
Assim os dois estão falando sobre a Europa e como ela se manteve grande durante as grandes navegações e como a empresa agrícola foi a grande responsável pela riqueza de diversos países.
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