Geografia, perguntado por danielsam31, 10 meses atrás

Relacione o desenvolvimento sustentável com o capitalismo​

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Respondido por wesleyimperiodedeus3
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Resposta:

De um lado, o expansionismo, o consumismo, o crescimento sem fim; do outro, o equilíbrio, a moderação e a proteção ambiental.

De um lado, o capitalismo, com seu jeito expansionista, estimulando novos mercados, abrangendo fatias cada vez maiores de consumo.

Do outro, a sustentabilidade, a ação que procura devolver o equilíbrio à Terra e aos ecossistemas para que o meio ambiente possa continuar sendo habitável, para que a vida prospere sem desequilíbrios, para que não haja alterações das condições climáticas.

O capitalismo que aí está, desde muito tempo, dando as cartas e ditando as regras do jogo econômico mundial, foi todo edificado sobre o consumo global.

Para tanto, o “oxigênio” de que precisa para sua sobrevivência chama-se “crescimento econômico”. Por isso, o capitalismo apresenta uma dinâmica própria e inerente ao fundamento maior da economia: estimular novos mercados, expandindo a capacidade produtiva para então “alimentar” a “necessidade” de consumo global.

A partir disso, esse sistema sai em busca de acumular lucros para investi-los na “roda econômica” fazendo crescer (girar com força) mais ainda a economia.

Como bem ponderou James Speth (1): “o capitalismo, não importa quais sejam seus defeitos, é muito bom em gerar crescimento”. Para identificar esse comportamento específico quanto ao crescimento, basta lançar um olhar mais apurado sobre as taxas de crescimento da economia mundial, cotejando-a ao crescimento do produto interno bruto.

Vejamos, quanto a isso, os seguintes dados: entre 1820 e 2000 a população mundial aumentou cinco vezes e o produto interno bruto aumentou 55 vezes. Em termos de comércio global (de volume), entre 1950 e o final do ano 2010, o crescimento foi de 32 vezes e a parcela do PIB mundial que ele representa aumentou de 5,5% para 21%.

Se, por um lado, o fato de fazer a economia crescer mostra todo o dinamismo do sistema capitalista, do outro, como bem traz à tona Eduardo Felipe Matias (2), citando Jonathon Porrit, em “Capitalism as if the world matters”, “esse sistema foi tão bem-sucedido em responder ao desafio de gerar riquezas que, agora, as fundações biológicas da nossa civilização estão em risco”.

Riscos que são visíveis cada vez mais, face ao ritmo intenso de expansão das economias à medida que a atividade econômica coloca toda a riqueza de biodiversidade, todos os serviços ecossistêmicos, sob a tutela das forças mercadológicas, visando, em curto prazo, abastecer o mercado de consumo.

Desse modo, se a prédica de que mais crescimento equivale a mais consumo, o produto final dessa “equação” só poderia ser a deterioração ambiental, uma vez que economia (atividade) e meio ambiente estão em rota de colisão.

Essa colisão, de forma clara, acentua aquilo que afirmamos no início, colocando em lados opostos o capitalismo e a sustentabilidade. Tal colisão, ademais, aumenta à medida que o capitalismo, ajudado pelo processo de globalização, não reconhece o fato de a economia estar contida na natureza, o que faz com que não se respeite nenhuma restrição imposta à expansão da atividade produtiva.

Por isso, os pensadores agrupados na economia ecológica tem insistentemente lançado os mais rigorosos estudos apontando a gravidade do assunto, contestando, no bojo, além do crescimento econômico em sua forma expansiva, a própria dinâmica do capitalismo que, como ponderamos, aliada à globalização que também tem por eixo central a função de promover o crescimento, a ele se serve, tornando com isso incompatível a busca pela sustentabilidade, aumentando o conflito, agravando a situação socioambiental à medida que rompe as fronteiras ecológicas.

Desse modo, questionar o crescimento corresponde a questionar o capitalismo, pois como assevera Porrit, ao abominar a noção de limites, focar no curto prazo, celebrar o excesso, visar às coisas materiais e não possuir conectividade com o mundo natural, esse sistema se choca com a sustentabilidade, que trabalha com limites, tem relação com o longo prazo, visa ao equilíbrio e demanda um reengajamento com o mundo natural.

Explicação:

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