História, perguntado por Carlinhoscarllitos, 11 meses atrás

Relacione a chegada da familia real e suas consequências a revolução pernambucana de 1817

Soluções para a tarefa

Respondido por ErickHMF
4
Quando a família real portuguesa e sua corte chegaram no Brasil, o que se viu, de um modo geral, foi que os cidadãos portugueses eram privilegiados em relação aos naturais da terra. A manutenção da Corte exigiu um aumento de impostos. O Nordeste se viu prejudicado com a concentração de poder no Rio de Janeiro (que passou a ser a capital do Brasil) e o local de residência da família Real portuguesa. 
A fim de custear as despesas de instalação de obras públicas e do funcionalismo, aumentaram os impostos sobre a exportação do açúcar, tabaco e couros, criando-se ainda uma série de outras tributações que afetavam diretamente as capitanias do Norte ( a cobrança de tantos impostos gerou grande revolta na região Norte que, na época, enfrentava problemas econômicos sérios). Esse sentimento de insatisfação era particularmente forte na região nordestina, a mais antiga área de colonização do Brasil, afetada pela crise da produção açucareira e algodoeira e pela seca de 1816. Aí, o desejo de independência definitiva de Portugal era profundo. Em Recife, capital da província de Pernambuco e um dos principais portos da região, o descontentamento era enorme. O sentimento generalizado era de que os "portugueses da nova Lisboa (Rio de Janeiro)" exploravam e oprimiam os "patriotas pernambucanos". Esses homens, descendentes da "nobreza da terra" do período colonial, formada pela elite canavieira de Olinda, que tinha participado da Guerra dos Mascates, consideravam justificado o crescente anti-lusitanismo na Província. 
Esse quadro se agravou por volta de 1817, com uma crise econômica que teve a sua origem na queda do preço internacional do açúcar e do algodão - principais produtos de exportação do nordeste. Com isso afloraram as tensões sociais. Contra os comerciantes portugueses protestavam os grandes senhores rurais e toda a massa de homens livres não proprietários. Entretanto, essas duas últimas camadas sociais opunham-se ao domino comercial português por motivos inteiramente diferentes: quanto para os grandes senhores a questão era sobretudo política, pois aspiravam ao autogoverno e à liberdade econômica, para os homens livres não proprietários, era a sua própria sobre­vivência que estava em jogo, pois o monopólio comercial português encarecia os gêneros de primeira necessidade. Por isso, tendiam a ser mais radicais e lutavam não só pelo fim do regi­me colonial, mas também esperavam alterar a própria ordem social da colônia em favor de maior igualdade entre seus membros. 
Tropas enviadas da Bahia avançaram pelo sertão pernambucano, enquanto uma força naval, despachada do Rio de Janeiro, bloqueou o porto do Recife. Em poucos dias 8000 homens cercavam a província. No interior, a batalha decisiva foi travada na localidade de Ipojuca. Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em direção ao Recife. Em 19 de maio as tropas portuguesas entraram no Recife e encontraram a cidade abandonada e sem defesa. O governo provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte. 
Perguntas interessantes