relacionar fé e sexualidade
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Resposta:
Deus criou o homem masculino e feminino: “Ele criou-os à imagem
de Deus e criou-os homem e mulher” (Gn 1,27). A diferença sexual
atinge todos os elementos do corpo humano. Atinge não só o corpo mas
caracteriza todo o ser humano. Quem tem exigências sexuais não são
as glândulas, mas o homem todo. Seus apetites sexuais não se dirigem
somente aos órgãos sexuais do outro sexo, mas à outra pessoa em sua
totalidade como portadora de uma determinação sexual. A diferenciação
sexual não se limita ao âmbito biofísico, atingindo também o âmbito
psicológico, pois é um constitutivo antropológico. O homem se realiza
no modo de ser masculino ou feminino.
A sexualidade define o indivíduo como homem ou mulher. A
pessoa, a rigor, não tem sexo, mas é ser sexuado. A sexualidade origi-
na-se biologicamente nos genes e somatiza-se na diversidade dos órgãos
masculinos e femininos. Para tornar-se um caminho de realização
humana, é preciso harmonizar a sexualidade com o amor, seu sentido
último.
A sexualidade faz parte constitutiva de todo o ser humano, mas o
homem não se reduz a sua sexualidade. Quando o elemento sexual é
procurado por si mesmo, não só perde sua significação mas frustra, pois
pressupõe entrega pessoal. A sexualidade orienta-se para o conjunto
da existência humana, exigindo compromisso com o outro, pois um
possível efeito da comunidade sexual é o filho. A sexualidade é uma
função social de procriação. É uma linguagem sem palavra, a ternura
que expressa reconhecimento mútuo, personalização mútua. É eros,
não logos. O eros corresponde à existência pré-técnica do homem. É a
reciprocidade do dom entre homem e mulher.
Explicação:
Na cultura de antigos povos não faltam testemunhos sobre o
vínculo estreito entre religião e sexualidade. Através de ações rituais
e simbólicas pede-se fertilidade. Determinadas ações sexuais são
entendidas como meio de encontro com Deus, com uma deusa. Atribui-
se sexualidade aos próprios deuses. Potências de gerar e a atração
entre sexos, por vezes, aparecem personificadas numa figura divina.
A vinculação entre religião e sexualidade associa-se à experiência do
arrebatamento extático, como é o caso do budismo tântrico, ainda hoje,
e com o processo de geração. Em ambos os casos ocorre a ultrapassagem
do eu. Por sua vez, a fé bíblica compreende as experiências fundamentais
da sexualidade como expressão da vontade criadora e como dom de
Deus, mas exclui a sexualidade do conceito de Deus. E isso é importante
do ponto de vista da história das religiões, pois não impede a fé de
Israel de usar as relações do amor, o noivado e o casamento como figura
para a relação de Deus com seu povo. Para uma visão global, é preciso
distinguir, sem separar, alguns elementos fundamentais da sexua-
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