Redija um texto dissertativo sobre "a influência da mídia nas escolhas e comportamentos dos jovens na atualidade" (min 20 linhas)
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Resposta:
Crimes, drogas, sexo, zumbis, vampiros: cenas comuns na programação da TV, nos cinemas e em jogos de videogame. Se, para adultos, são apenas entretenimento, para crianças e adolescentes, em processo de desenvolvimento intelectual e social, esses conteúdos podem assumir outro sentido e se tornar um problema, principalmente quando lhes faltam limites e orientação da família. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos aponta possíveis relações entre a incidência da agressividade no início da fase adulta e a demasiada exposição a programas violentos durante a infância.
Psicólogos ressaltam que esses conteúdos não são sozinhos os responsáveis pelas condutas inadequadas dos jovens e pela formação da sua personalidade, mas que podem, sim, influenciar suas atitudes. Os especialistas reforçam, ainda, que cabe à família estabelecer limites, dialogar e ensinar aos mais novos a diferença entre ficção e realidade. Além da incorporação de comportamentos exibidos, distúrbios do sono, sexualização precoce, sedentarismo, mau desempenho escolar e diminuição da interação social estão entre as prováveis consequências do excesso de tempo gasto em frente a uma tela.
“O grande porém da mídia, nesse contexto, é o fato de a criança ou o adolescente ainda ser inexperiente para absorver de maneira crítica o que é transmitido. Eles não sabem avaliar o conteúdo e os efeitos das mensagens, muitas vezes reforçados pelos colegas. Por isso, os pais devem mediar essas atividades e conversar com os filhos sobre os estímulos emitidos”, explica a psicóloga e terapeuta cognitivo-comportamental infantil Nayara Benevenuto Peron.
Ainda de acordo com ela, a mídia não determina, mas pode influenciar os valores, os modos de agir, vestir, consumir e até no padrão de beleza vigente. “A imitação é uma capacidade inata da criança. Até os 3 anos, elas imitam os pais, os irmãos e os professores. Já os adolescentes que passam muito tempo viajando pelos meios de comunicação acabam sendo regidos por eles.”
Entretanto, a psicóloga reforça que tudo vai depender de como o jovem lida, ou aprendeu a lidar, com as informações e exemplos que observa. “A mídia não é a única fonte de formação deles. A escola, os pais e os ambientes que frequentam também fazem parte desse processo.”
Explicação:
Limites e diálogo são indicados
A probabilidade de os filhos se tornarem pessoas violentas, vulgares ou suscetíveis às drogas – por influência das telas – ainda assombra muitos pais. A possível relação entre programação da TV e a formação da personalidade foi analisada por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Segundo o estudo, jovens expostos a conteúdos violentos têm mais chances de se tornarem adultos agressivos. Outros comportamentos observados nesse grupo foram a perda de sensibilidade à violência no mundo real, medo, ansiedade e sexualização precoce.
A pesquisa monitorou 557 pessoas ao longo de 14 anos, da infância ao início da vida adulta. Os que mais assistiram a programas violentos quando crianças, apresentaram maior nível de agressividade na maturidade.
A psicóloga infantil Nayara Peron orienta os pais que fiquem atentos aos programas que os filhos assistem, se são educativos ou não, se é um entretenimento saudável ou não, e como é o padrão comportamental deles depois que termina de assistir. Também devem impor limites de horário, de duração e respeitar a faixa etária recomendada pela classificação indicativa.
Além disso, defende que o diálogo constante pode prevenir ou inibir atitudes inadequadas ou nocivas. O próprio Ministério da Justiça recomenda, em seu “Guia prático da classificação indicativa”, que os responsáveis assistam e conversem com os jovens sobre as cenas e os comportamentos exibidos na TV.
“A prevenção é a melhor alternativa, junto com a escolha de programas saudáveis e próprios à faixa etária. Também podem ser acordados horários para utilizar a mídia e o tempo gasto com elas. A família tem que conversar sobre a diferença entre ficção e realidade e, sobretudo, entre a realidade que se passa na tela e a vida desse jovem. Ele vai perceber aos poucos que precisa filtrar as informações que lhe são impostas. Os pais são educadores diários na vida dos filhos e devem assumir esse papel, intervindo se necessário for. Poderão, ainda, conversar com os professores para que a escola também trabalhe com a temática”, aconselha Nayara.