ENEM, perguntado por edersilva1981, 10 meses atrás

Redes pessoais e vulnerabilidade social


Redes sociais têm sido cada vez mais consideradas como elementos importantes na construção de uma grande variedade de processos, desde a mobilização política em movimentos sociais ou partidos políticos, até as ações e a estrutura de relações formais e informais entre as elites políticas e econômicas ou na estruturação de áreas de políticas públicas, entre muitos outros temas. Número significativo de estudos tem examinado as redes pessoais, aquelas que cercam os indivíduos em particular. Essas análises visam a estudar os efeitos da sociabilidade de diversos grupos sociais, para compreender como os laços sociais são construídos e transformados e suas consequências para fenômenos como integração social, imigração e apoio social.

No caso específico da pobreza, a literatura tem estabelecido de forma cada vez mais eloquente como tais redes medeiam o acesso a recursos materiais e imateriais e, ao fazê-lo, contribuem de forma destacada para a reprodução das condições de privação e das desigualdades sociais. A integração das redes ao estudo da pobreza pode permitir a construção de análises que escapem dos polos analíticos da responsabilização individual dos pobres por sua pobreza (e seus atributos), assim como de análises sistêmicas que foquem apenas os macroprocessos e constrangimentos estruturais que cercam o fenômeno.

A literatura brasileira sobre o tema tem sido marcada por uma oposição entre enfoques centrados nesses dois campos, embora os últimos anos tenham assistido a uma clara hegemonia dos estudos baseados em atributos e ações individuais para a explicação da pobreza. Parece-nos evidente que tanto constrangimentos e processos supraindividuais (incluindo os econômicos) quanto estratégias e credenciais dos indivíduos importam para a constituição e a reprodução de situações de pobreza. Entretanto, essas devem ser analisadas no cotidiano dos indivíduos, de maneira que compreendamos de que forma medeiam o seu acesso a mercados, ao Estado e às trocas sociais que provêm bem-estar.

(Eduardo Marques, Gabriela Castello e Renata M. Bichir. Revista USP, no 92, 2011-2012. Adaptado)

De acordo com o texto, um dos aspectos positivos do recurso às redes pessoais para análise da pobreza está em
A: desvincular-se da perspectiva analítica de estudos que atribuem a responsabilidade pela pobreza ao pobre ou à ação de elementos acima do plano individual.
B: condensar informações pessoais e grupais, para conhecer os benefícios à disposição dos cidadãos e possibilitar-lhes melhores recursos materiais e imateriais.
C: desfazer a crença de que a sociabilidade é um fenômeno que depende de o indivíduo abandonar as condições de pobreza e buscar a própria felicidade.
D: facilitar a mobilização de grupos de interesse (econômico, político) com o objetivo social definido de remover obstáculos à ascensão social.
E: possibilitar aos menos favorecidos acesso a recursos econômicos, além de promover a integração deles a outros grupos.

Soluções para a tarefa

Respondido por winederrn
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A Alternativa (A) mostra que a maioria dos estudos sobre a pobreza não destaca a responsabilidade de cada indivíduo na construção dessa realidade , que é cheia de problemas sociais (como a falta de saneamento básico e falta de emprego).

Na verdade, os pesquisadores preferem analisar aspectos estruturais, em que a pobreza é vista é vista como uma consequência das mudanças sociais (como o avanço do Capitalismo) e não como algo causado pelo próprio indivíduo.

Não importa o que aconteça, acredite em você!

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