Pedagogia, perguntado por CliviaTeixeira, 9 meses atrás

redaçao sobre rendimento escolar​

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Respondido por ceciartins1069
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Avaliando o atual contexto educacional brasileiro, encontramos uma série de fatores que contribui para um baixo rendimento escolar, como a superlotação das salas de aula e o despreparo dos professores, reflexo da defasagem na formação profissional e da sua má remuneração financeira. Além disso, o mecanismo do sistema educacional tem, tradicionalmente, concentrados os objetivos de ensino-aprendizagem no âmbito cognitivo.

Esses objetivos têm sido os mesmos para todos os alunos, e o ponto de referencia é ao aluno padrão. Tal posicionamento levou a uma situação caracterizada pela homogeneização e inflexibilidade do ensino, a uma avaliação do tipo normativo – em função dos objetivos iguais para todos – e, finalmente, a uma organização das atividades de ensino-aprendizagem nas quais todos têm que fazer o mesmo, ao mesmo tempo (Blanco, 1993).

A escola atual com frequência desconsidera as diferenças individuais e está pouco aberta às diversidades, sendo, muitas vezes, incapaz de adequar recursos e metodologias tanto aos alunos que deles necessitam como àqueles que requerem qualquer tipo de resposta mais individualizada, de caráter transitório ou permanente. Segundo afirma Blanco (1993), uma escola aberta à diversidade tem que dar respostas às necessidades concretas de todos os alunos, rompendo modelos rígidos e inflexíveis dirigidos ao aluno médio.

Nesse sentido, lembramos que muitas das dificuldades de aprendizado e má adaptação escolar do aluno com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) se intensificam não só em razão de um planejamento educacional rígido e inadequado quanto aos objetivos e metodologia, mas também pela falta de interação apropriada com o professor ou com o grupo de iguais. A presença de alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular implica, obrigatoriamente, a modificação dos esquemas que produzem a desintegração desses alunos em determinado momento.

Alguns países, como os Estados Unidos, fazem ajustes nos currículos para as crianças que apresentam necessidades especiais no processo de aprendizagem. Esse ajuste é um plano de acomodação, elemento essencial do fornecimento da educação pública: Seção 504, subparte D do Ato de Reabilitação de 1973. O documento detalha as modificações feitas pelo professor em sala de aula, ou por outros profissionais da escola, e é oferecido aos estudantes como um benefício do programa educacional.

A equipe escolar também revisa a natureza da dificuldade, determina como ela afeta a educação do estudante, decide sobre os serviços especializados e, se esses se fazem necessários, documenta tais decisões e as revisa periodicamente. As acomodações devem ser fundamentadas nas necessidades educacionais reais do aluno e não em rótulos. Por exemplo, após identificar o TDAH no aluno, o passo seguinte é solicitar ao profissional da saúde que o acompanha as recomendações educacionais necessárias ao caso (Fell e Pierce, 1995).

No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96 dedica um capítulo especifico a educação especial, deixando bem claro o papel e as obrigações das instituições sobre a adequação do ensino aos alunos com necessidades especiais, entre as quais poderíamos incluir o TDAH, embora esse transtorno não seja citado.

No seu artigo 59, está exposto:

Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:

I – currículos, métodos, técnicas, recursos e educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;

II – terminalidade específica para aqueles que não puderam atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.

Portanto, a possibilidade de flexibilidade na implementação de currículos adaptados, com processos de avaliação diferenciados e estratégias individualizadas, é amplamente prevista e incentivada pelo órgão regularizador. Na maioria das vezes, no entanto, a prática tem mostrado que o sistema educacional ainda está bastante estratificado, e os professores encontram dificuldades, às vezes insuperáveis, para fazer as adaptações que se fazem necessárias para atender o aluno com TDAH.

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