redação sobre o pratristicas
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O período em que viveram os Padres da Igreja e a assim chamada patrística pode ser definido, com propriedade, como um tempo áureo da era cristã. Sucede ao tempo dos apóstolos e tem características singulares e marcantes. A palavra “Padres” — ou “Pais” (que seria melhor vocábulo em português) — tem raízes já no Antigo Testamento (cf. Eclo 44-50 e Lc 1,54-55) e traduz a relação que tais personagens tiveram com a Igreja: deram enorme contribuição na sua organização e na elaboração da doutrina cristã justamente nos seus primeiros tempos — vale dizer, na sua “infância”. Como pais devotados, cuidaram da Igreja nos seus primeiros passos, ajudando-a a firmar-se nos diversos contextos em que ela se inculturou.
Como se trata de um período relativamente longo, os estudiosos da patrística dividem-na em algumas fases, a saber: a dos Padres apostólicos (Clemente Romano, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna…); a dos Padres apologistas (Justino, Ireneu de Lião, Clemente de Alexandria, Orígenes…); por fim, a fase de “maturidade” da patrística (no Oriente, Basílio, Teodoreto de Ciro; no Ocidente, no fim do séc. IV e início do séc. V, Agostinho, Jerônimo…). Costuma-se classificar as personagens desses tempos iniciais da Igreja em dois grandes grupos: os “Padres da Igreja” propriamente ditos e os “escritores eclesiásticos”. Os primeiros se distinguem por três características: ortodoxia da doutrina, santidade pessoal e comunhão com a Igreja. Segundo essa diferenciação, figuras importantes como Tertuliano e Orígenes, por exemplo, muito embora tenham composto obras de valor, que constituem referência para a reflexão teológica e para a vida da Igreja, são reconhecidas apenas como “escritores eclesiásticos”.
Há controvérsias quanto ao término do período patrístico. Comumente se admite que o tempo dos Padres se conclui, no Ocidente, com Isidoro de Sevilha († 636) e, no Oriente, com João Damasceno († c. 750), mas há quem estenda o tempo dos Padres, no Ocidente, até Bernardo de Claraval († 1153).
Grande parte da literatura patrística foi composta em grego e latim; porém há textos patrísticos também em siríaco (por exemplo, Efrém de Nísibe, do séc. IV), copta (é o caso de Pacômio, do séc. IV) e armênio.