redação sobre o lasaro?
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Resposta:
Lázaro Barbosa, 32 anos, se tornou o nome mais falado da mídia brasileira nos últimos dias. A foto dele, de bigode e cavanhaque, cabelo na testa, pequena cicatriz ou marca na face e cara de mau, rodou o País. A fama instantânea é tanta que até memes estão rolando com ele.
Enquanto tudo isso acontece, Lázaro segue, há 13 dias, fugindo de policiais e agentes na vastidão de Goiás. A força-tarefa é composta por mais de 200 policiais federais, civis, militares e rodoviários federais. A operação conta ainda com três helicópteros e até equipamento de videomonitoramento de longo alcance, com câmeras de infravermelho, que possibilitam captar a movimentação mesmo sem luz.
Porém, até o fechamento deste texto, Lázaro ainda não havia sido capturado. O criminoso já foi batizado de “serial killer do DF”, entre outros apelidos.
Contudo, diferentemente do que muita gente alardeia, o que mais chama a atenção nesse caso não é o modo como Lázaro vem conseguindo driblar a polícia nem o número de dias em fuga, e, sim, como um criminoso desses estava em liberdade. E aí nos deparamos com a história de sempre: leis frouxas, que favorecem a criminalidade e não dão exemplo. O caso é o retrato da impunidade reinante no País e das falhas da lei e do sistema jurídico-policial.
Lázaro tem uma extensa ficha criminal. De acordo com informações das secretarias de Segurança Pública de Goiás, Bahia e DF, o homem fugiu três vezes da prisão e é acusado de diversos crimes. Longa e antiga, sua vida no crime teve início em 2007, quando foi preso em Barra dos Mendes, na Bahia, acusado de duplo homicídio. Ficou preso poucos dias antes de fugir. Dois anos depois, já em Brasília, Lázaro foi preso novamente, dessa vez por suspeita de roubo, estupro e porte ilegal de arma. Acabou encaminhado ao Complexo Penitenciário da Papuda (CPP), onde ficou por cinco anos.
Ocorre que em março de 2014, a prisão de Lázaro foi convertida para -- acreditem -- o regime semiaberto. E o mais impressionante é que isso foi concedido após um laudo psicológico feito um ano antes, em 2013, descrevê-lo como “psicopata imprevisível, com comportamento agressivo, impulsivo, instabilidade emocional e falta de controle e equilíbrio”. Dois anos depois, em uma das saidinhas da cadeia, Lázaro não retornou à Papuda e novamente virou fugitivo. Ele voltou a ser preso em 2018, desta vez em Águas Lindas de Goiás, em cumprimento de três mandados de prisão por homicídio qualificado, porte ilegal de arma de fogo, roubo e estupro. Em 23 de julho, porém, fugiu de Águas Lindas de Goiás.
Em 2020, invadiu uma chácara em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, e golpeou um idoso com um machado, sendo indiciado pelos crimes de roubo mediante restrição da liberdade das vítimas e emprego de arma branca e por tentativa de latrocínio. Outro ataque perpetrado por ele foi em abril deste ano, quando invadiu uma casa no Sol Nascente (DF), trancou pai e filho no quarto, levou a mulher para um matagal e a estuprou. Em maio, fez uma família refém na mesma região, ameaçando os moradores com faca e arma de fogo. Nesse crime, ele mandou as pessoas ficarem nuas, prendeu os homens no quarto e obrigou as mulheres a fazer um jantar para ele.
Mas a atual caçada só foi ter início em 9 de junho. Nesse dia, Lázaro invadiu uma chácara no Incra 9, em Ceilândia (DF), onde matou a tiros e a facadas um casal e dois filhos. Após o assassinato da família, roubou outra chácara da região. Nessa fuga, foi deixando um rastro de sangue pelo caminho: atirou em quatro pessoas, invadiu fazendas e colocou fogo em uma casa ao fugir da polícia. Também baleou dois policiais militares de Goiás que estavam no cerco.
Será que com esse “currículo” exposto acima, nossas autoridades já estão convencidas de que Lázaro precisa ficar trancafiado?! Ou ele ainda precisa dar mais alguma mostra de periculosidade? Que se endureça as leis, que casos complexos sejam julgados com mais atenção e critérios rígidos, que o sistema prisional funcione!
E o pior, Lázaro é apenas a ponta desse iceberg. Assim como ele, existem milhares de bandidões à solta por conta da fragilidade e brechas da lei. Sejam eles invasores de chácaras ou criminosos de colarinho branco.