Português, perguntado por jeuvana648js, 11 meses atrás

Redação sobre: As implicacoes socias dos casos de gravidez na adolescencia. Me ajudaaaa

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Respondido por alynefontinelly
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Resposta:

No livro “Cem anos de solidão”  do escritor Gabriel Garcia Marques, é retratada  a personagem Remedios que se casa com Aureliano ainda muito jovem, poucos momentos após a primeira menstruação, e ela morre após o casamento, devido a uma gravidez de risco. Fora da literatura, o Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada, IPEA, revela que uma em cada cinco crianças possui mãe com idade entre 10 e 19 anos, o que demonstra quão altas são as taxas de adolescentes que, assim como Remedios, correm riscos por causa de gestações precoces. Por isso, faz-se necessário analisar o contexto familiar, no que tange a educação ofertada, e, também, o entrave histórico cultural que coíbe a discussão sobre sexualidade, fatores que contribuem para as altas taxas de gravidez.

A princípio, é preciso entender que com o advento da indústria e a modificação social que ela trouxe, as famílias perdem parte do tempo que antes era destinado ao núcleo familiar. E sendo essa instituição a responsável pela educação moral, danos serão causados a longo prazo, no modo como é estruturada a sociedade, o que pode resultar no aumento do número de gestações na adolescência. Isso se dá devido à constante terceirização da educação dos filhos, que é falha quanto à transmissão de valores, não ensina que a vida sexual exige responsabilidades, e que a falta destas traz prejuízos, o que, por consequência, resulta em um maior número de jovens que adquirem conhecimento sobre o sexo na prática, expondo-se a DSTs e à gravidez precoce.

Ademais, a influência histórica que a igreja tem sobre a sociedade, inclusive,  no modo como é visto o tema sexo, faz com que o assunto seja pouco debatido na esfera social. Isso acaba retendo informações que deveriam ser compartilhadas com os adolescentes, que têm iniciado cada vez mais cedo a vida sexual e que são vítimas da própria ignorância. Isso decorre de que quando há iniciativas de promover a educação sexual em escolas, justamente por considerar que a família não tem feito o seu papel nessa área, como já discutido, os educadores são alvos de sanções sociais e de órgãos administrativos que não respeitam a laicidade do Estado. E sendo o homem fruto da educação, como o princípio Kantiano afirma, o não investimento em instrução sexual só pode resultar no constante aumento do número de adolescentes grávidas.

Torna-se evidente, portanto, que é por meio da educação que a gravidez precoce será combatida, por isso, cabe ao MEC a promoção de palestras com especialistas em sexualidade juvenil, em escolas de nível médio e de debates que incluem e instruem a família sobre a importância da responsabilidade sexual, para que assim os conhecimentos necessários para um possível início da vida sexual sejam ofertadas aos jovens e o tabu social sobre sexualidade possa ser quebrado. Além disso, o Ministério da Saúde deve realizar campanhas de de divulgação dos métodos anticonceptivos que são ofertados nas redes públicas de saúde e, também, abrir um canal  por meio da internet que informe aos jovens sobre a prevenção de DSTs e sobre o uso correto de camisinha e anticoncepcionais, para que qualquer dúvida relacionada à vida sexual possa ser sanada e os adolescentes estejam conscientizados e aptos para essa fase.

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