Redação: meu Brasil brasileiro
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Explicação:
Oswald de Andrade viu tudo muito além de sua época. A preocupação em firmar uma cultura brasileira e valorizá-la, base do modernismo no século XX, precisa ser hoje ainda muito maior do que no período em que o escritor a propôs, uma vez que a expansão do capitalismo bem como a homogeneização da cultura proferida pela globalização vêm apagando os costumes locais. Para ir de encontro a essa situação, pois, a educação se torna a melhor aposta, tanto familiar quanto escolar.
Diferentemente de muitos países que por um longo tempo fecharam suas portas à cultura exterior - a China por exemplo -, o Brasil sempre incorporou costumes estrangeiros aos seus próprios e diversos povos construíram o que hoje se chama de "pluralidade brasileira", entre eles: índios, portugueses, africanos, asiáticos etc. Há quem veja isso como uma tristeza, devido à história brasileira que, de fato, favoreceu os europeus. Contudo, independente disso, a identidade brasileira se formou tal como é hoje e, infelizmente, uma parcela considerável da população ainda não a valoriza em detrimento da lançada por países como Estados Unidos e Inglaterra, principalmente entre os jovens que, muitas vezes, preferem e divulgam livros de autores desses países do que clássicos da literatura brasileira, como Machado de Assis e José de Alencar.
Vale ressaltar que valorizar a cultura nacional nesse período em que o próprio capitalismo "imprime" uma cultura que retorne com lucro - por meio de filmes, livros, música etc. - é importante também para não se sujeitar à alienação típica da contemporaneidade. A Indústria Cultural, conceito proposto pelos alemães Adorno e Horkheimer, trata justamente dessa questão, em que, no caso do Brasil, o mesmo vai se tornando muito mais "americanizado" do que brasileiro de fato. Nesse sentido, a cultura nacional passa a ser veículo que promove a criticidade do brasileiro e, por isso, é tão necessário consolidá-la.
Diante dessa ótica, a educação se torna o caminho melhor para a valorização da cultura, já que ela mesma mantém a transmissão dos costumes, tanto pela família, como pela escola. Professores de literatura, história e geografia, por exemplo, podem estimular debates e projetos embasados no movimento modernista e difundir a importância da cultura brasileira. Além disso, promover eventos culturais para uma maior abrangência e envolvimento dos próprios alunos é uma boa alternativa para que a ideia chegue também à comunidade. O Governo, por sua vez, precisa estimular esses projetos por meio de "torneios" nacionais e pela divulgação de trabalhos que tratem essa temática e, por fim, a família pode dar continuidade aos costumes tradicionais para mantê-los entre as próximas gerações. Logo, só assim o Brasil será "brasileiro" com toda a sua pluralidade e formação cultural.