Redação dissertativa:
Pesquisar sobre o sistema neoliberal e o Keynesianismo , suas principais características, princípios e o momento econômico atual da economia, colocando sua opinião a cerca do tema. Mínimo 25 linhas.
Soluções para a tarefa
O keynesianismo e o neoliberalismo são duas correntes econômicas utilizadas pelo governo dos Estados Unidos. Utilizadas como forma de resolver as contradições internas e ao mesmo tempo fortalecer a hegemonia econômica e política dos Estados Unidos no cenário global. Enquanto o keynesianismo se baseava em uma economia com maior intervencionismo estatal, o neoliberalismo recuperava o liberalismo que esteve em voga durante o início do século XX. Segundo o geógrafo David Harvey, havia uma necessidade de que os dois períodos fossem marcados por um aumento do consumo em massa, porém o que diferenciava era o modo de o concretizar. A criação do “American Way of Life” enquanto um instrumento discursivo do poder norte-americano surgiu logo após a Primeira Guerra Mundial, nesse sentido, serviu para vender a imagem do indivíduo estadunidense como livre, com poder de compra e superior tecnologicamente, culturalmente e economicamente aos outros países, e dessa forma incentivar o consumo de bens supérfluos, com a economia como instrumento para aumentar o poder de compra dos indivíduos. Com esse poder discursivo, os Estados Unidos se tornavam uma potência não só econômica, mas política e cultural.
O keynesianismo surge como resposta à “Grande Depressão” de 1929, que, segundo Keynes, aconteceu pela falta de regulação estatal na produção em massa, nos processos de acumulação de capital e investimentos desenfreados na bolsa de valores. Nas duas primeiras décadas do século XX, o liberalismo foi utilizado nos Estados Unidos para que o país se tornasse uma grande potência, no qual era propagado um culto ao individualismo, às possibilidades de enriquecer por meio dos investimentos, porém o que ocorreu foi o aumento da desigualdade social e do desemprego. Dessa forma, em 1932 o presidente norte-americano Roosevelt, guiado por Keynes, criou o plano “New Deal”, invertendo o liberalismo e propondo um controle maior do Estado sobre as produções, empresas privadas e o acúmulo de capital. O Estado passou a cobrar mais impostos, taxar fortunas privadas, incentivar a formação de sindicatos dos trabalhadores e fazer o Estado ser um regulador da economia, investiu em setores industriais e políticas de criação de emprego. A proposta era ser um fomentador da economia.
O neoliberalismo surgiu em meados dos anos 1970 como forma de substituir o keynesianismo. Mais uma vez os Estados Unidos precisavam se configurar como hegemonia econômica no cenário mundial, e por isso devia-se ter um maior controle desse cenário e dos países em desenvolvimento. Dessa forma, houve uma volta aos preceitos liberais de pouco intervencionismo estatal, privatizações de empresas públicas, diminuição dos impostos, criação de áreas de livre mercado e medidas para a livre circulação de capitais internacionais. A criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) também foi de extrema importância, pois havia um controle maior de países que precisavam de crédito uma vez que as condições para que um país pudesse ter acesso ao fundo era seguir os preceitos liberais, assim como o “Consenso de Washington”, um tratado que firmou as bases hegemônicas da economia norte-americana neoliberal no contexto global.
A economia na contemporaneidade vive em um capitalismo financeiro neoliberal, de modo que o comércio e o capital ultrapassam as fronteiras físicas entre países, e circulam por meios de investimentos e da valorização financeira. Assim, fica perceptível como o neoliberalismo é utilizado como instrumento de diplomacia para os que seguem o regime imposto pelos Estados Unidos, porém também como instrumento de dominação aos países que o recusam, por meio da imposição de sanções, retirada de centros financeiros internacionais do país e embargos ao acesso a investimentos. Ou seja, um sistema de controle imperialista baseado em uma sociedade altamente globalizada, consumista e com crescentes desigualdades sociais.