QUESTÃO 48
Portanto, relativamente à alma, reflete assim: quando
ela se fixa num objeto iluminado pela verdade e pelo Ser,
compreende-o, conhece-o e parece ser inteligente; porém,
quando se fixa num objeto ao qual se misturam as trevas,
o que nasce e morre, só sabe ter opiniões, vê mal, alternando
o seu parecer de alto a baixo, e parece já não ter inteligência.
PLATÃO. A República. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira.
9. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1949.
A reflexão de Platão sobre o papel da alma na obtenção do
conhecimento se fundamenta em elementos
A. religiosos, como as religiões falsas e verdadeiras.
B. metafísicos, como as formas eternas e imutáveis.
C. teológicos, como a dialética entre o bem e o mal.
D. matemáticos, como a imprecisão da geometria.
E. dialéticos, como a relevância das opiniões.
Soluções para a tarefa
A. religiosos, como as religiões falsas e verdadeiras.
Falso. Platão não fala de religião, mas de conhecimento inteligível e sensível, em uma perspectiva filosófica que dá origem ao que chamamos de idealismo.
B. metafísicos, como as formas eternas e imutáveis.
Correto. Para este grande filósofo grego, o mundo era feito de duas realidades, a inteligível, que é eterna e imutável, chamada também de mundo das formas, e sensível, que é temporal e imperfeita.
C. teológicos, como a dialética entre o bem e o mal.
Falso. Platão não fala de questões ligadas a religiosidade ou teologia.
D. matemáticos, como a imprecisão da geometria.
Falso. A preocupação de Platão não é direcionada aos números.
E. dialéticos, como a relevância das opiniões.
Falso. Platão não fala das opiniões, mas da realidade, que está para além do que se acha ou se deixa de achar, aqui na Terra.