QUESTÃO 3 - Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), apesar de ter sido discípulo de Platão, criou sua própria filosofia. Uma das diferenças marcantes entre os dois é a importância dada aos fenômenos naturais do chamado mundo sensível. No mundo sensível, a mudança é constante, característica que Aristóteles procura explicar a partir das concepções de matéria, forma, potência e ato. Com base nos seus conhecimentos e no texto acima, assinale a alternativa que define corretamente a concepção aristotélica de ato e potência.
a) A potência e o ato são conceitos que não se referem, de fato, às coisas materiais sujeitas à transformação.
b) A potência é o momento presente, atual da matéria; ato é o que ela poderá vir a fazer.
c) A potência e o ato não se relacionam com a matéria.
d) A potência é o que a matéria virá a ser, seu devir, o princípio do movimento; ato é aquilo que ela é no presente.
e) A potência é a manifestação atual do ser; ato aquilo que ainda não é mas que pode vir a ser.
Soluções para a tarefa
Resposta:
(D)
Explicação:
Nesta questão, Aristóteles resolve as aporias eleáticas do devir e do movimento. Elas deslizam no núcleo do ser, pois não indicam uma passagem do não-se absoluto ao ser, mas do ser em potência ao ser em ato. Logo, a alternativa D é a correta.
A potência existe sempre em função do ato. O ato tem absoluta superioridade sobre a potência.
Potência é aquilo que recebe o ato. O Primeiro Motor é o único que é ato puro – nele tudo é forma, tudo é perfeito, tudo é pleno – e é o que vai agir na matéria disforme e aí o mundo vai surgir.
Um ente pode ser atualmente ou apenas uma possibilidade. Semente- árvore. Feto-homem. Não existe potencia em abstrato: uma potencia é sempre potencia para um ato.
Isso significa que o ato é anterior ontologicamente à potencia, porque o ato já está presente na própria potencialidade.
Uma semente de determinada fruta não se tornará uma árvore de outra fruta. Um feto de homem não se tornará um cavalo etc. E outra coisa: o ser em potencia, para existir, precisa ter certa atualidade, como o ovo da galinha.
A ideia de atualidade, em Aristóteles, se expressa com dois termos distintos: ENÉRGEIA (simples atualidade) e ENTELÉQUIA (atualização, o fim atingido). De Deus, dizemos que é simplesmente Enérgeia, não enteléquia, pois Nele não há movimento, processo de atualização. Deus já é atual.
O Primeiro Motor aristotélico é o único que é ato puro – nele tudo é forma, tudo é perfeito, tudo é pleno – e é o que vai agir na matéria disforme e fazer o mundo vai surgir.
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