Questão 11
O texto II dialoga com o texto I para criticar
A) o homem que vive atrás de mulheres.
B) a falta de apoio de uma divindade.
C) a visão de sofrimento do eu lírico.
D) a fragilidade das mulheres.
Soluções para a tarefa
Resposta:
C)
Explicação:
Resposta:
C
Explicação:
A mineira Adélia Prado parodia o poema de Drummond, podendo ser percebido no próprio título. Ela
pede licença para entrar no universo de Drummond e para inverter o sentido do Poema de sete faces.
O “anjo torto” é transformado num “ anjo esbelto” , já não vive mais na sombra, agora toca trombeta,
deixando de anunciar que alguém será gauche na vida, mas ao contrário, vai carregar bandeira, ter
uma posição de destaque entre os demais.
Diferentemente de Drummond, que questiona a Deus o porquê do seu desprezo, Adélia Prado afirma
que “ dor não é amargura ” e que “ ser coxo na vida é maldição para homem, mulher é desdobrável. ”
Enquanto no texto de Drummond há uma visão masculina extremamente pessimista, já no texto de
Adélia há uma visão feminina positiva. Ela transforma o texto de Drummond num poema que exalta a
mulher, que aceita os “ subterfúgios que me cabem/ sem precisar mentir ”. Ela classifica a mulher com
ser desdobrável, aceitando o seu papel de reprodutora de gerações, contudo num parto sem dor.
Diferentemente do homem do Poema de sete faces que acaba preferindo embebedar-se a enfrentar os
obstáculos impostos pela vida.
Diante desse enfoque, podemos perceber o quanto Adélia Prado é otimista, no início do texto, o anjo
esbelto prever seu futuro próspero. Ela institui o discurso feminino em contraposição o de Drummond
que utiliza o discurso masculino com característica melancólica. É interessante lembrar que o discurso
masculino e feminino segundo alguns linguistas, é resultado de uma construção social e cultural, nada
tendo a ver com o instinto, a genética ou com o determinismo da natureza.