Português, perguntado por yasminalvespaula123, 9 meses atrás

QUESTÃO 1 (ENEM)
A nossa emotividade literária só se interessa pelos populares do sertão, unicamente porque são pitorescos talvez não se possa verificar a verdade de suas criações. No mais é uma continuação do exame de português, uma retórica mais difícil, a se desenvolver por este tema sempre o mesmo: Dona Dulce, moça de Botafogo em Petrópolis, que se casa com o Dr. Frederico. O comendador seu pai não quer porque o tal Dr. Frederico, apesar de doutor, não tem emprego. Dulce vai à superiora do colégio de irmãs. Esta escreve à mulher do ministro, antiga aluna do colégio, que arranja um emprego para o rapaz. Está acabada a história. É preciso não esquecer que Frederico é moço pobre, isto é, o pai tem dinheiro, fazenda ou engenho, mas não pode dar uma mesada grande.
Está aí o grande drama de amor em nossas letras, e o tema de seu ciclo literário.
(BARRETO, L. Vida e morte de MJ Gonzaga de Sá. Disponível em: www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 10 ago. 2017.)

Situado num momento de transição, Lima Barreto produziu uma literatura renovadora em diversos aspectos. No fragmento, esse viés se fundamenta na
a) releitura da importância do regionalismo.
b) ironia ao folhetim da tradição romântica.
c) desconstrução da formalidade parnasiana.
d) quebra da padronização do gênero narrativo.
e) rejeição à classificação dos estilos de época.

Soluções para a tarefa

Respondido por LarissaBarg
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Resposta: LETRA B.

Explicação:

a) O regionalismo como estética; apesar de começar com José de Alencar no século XIX, onde era um "regionalismo superficial" não preocupado em ir afundo nas relações entre o meio e o homem, costumes, ditos populares e essas coisas; apenas no século XX com Érico Veríssimo, Guimarães Rosa e José Lins, por exemplo, que o regionalismo vai ganhar a força e caráter pelo qual o conhecemos hoje. Pra quem leu José de Alencar e algum dos outros autores citados percebeu a diferença na caracterização dos personagens e principalmente da terra. ENFIM, o regionalismo propriamente dito veio depois de Lima Barreto, além de não propor releitura alguma, pois isso seria se ele avaliasse o regionalismo e então apresentasse uma proposta ( uma releitura). Mas, Lima barreto apenas usou o exemplo do sertanejo como crítica.

b) Correta.

"este tema *sempre* o mesmo"

"apesar de doutor, não tem emprego"

"Frederico é moço pobre, isto é, o pai tem dinheiro, fazenda ou engenho, mas não pode dar uma mesada grande"

"Está aí o *grande drama* de amor em nossas letras, e o tema de seu *ciclo* literário"

Quando Lima Barreto diz que há um ciclo literário na literatura de sua época, ele quer dizer que há algo que se repete, ou seja é sempre o mesmo tema. Ademais, o folhetim romântico tem essa característica de receita de bolo, de água com açúcar ( que eu particularmente adoro). A ironia está, principalmente, em caracterizar o personagem de linhagem rica, que é pobre, apesar de ainda ser doutor, precisar de um empurrãozinho arranja um emprego qualquer e por fim consegue ficar com a moça e todos vivem felizes para sempre. É esse tipo de literatura que Barreto crítica, tanto é que em um de seus romances mais famosos, "Clara dos Anjos" o final não é dos melhores não, além de apresentar uma baita podridão da sociedade da época.

c) A estética parnasiana estava presente no pré-modernismo , com Augusto dos Anjos, e a crítica não é ao rigor formal, descrição, métrica etc...( presentes no parnasiano) como citado acima. E também, o parnasianismo abominava o romantismo, como Lima Barreto.

d)a quebra é do tema presente no romance e não seu gênero literário, visto que o romance também é usado por Lima em suas obras, mas ele muda o tema, o clichê

e) A classificação dos estilos de época ( Escolas Literárias) não é o alvo das críticas de Lima Barreto, pois elas só ganharam a forma de caixinhas, como a gente entende hoje, depois. Enquanto isso, Lima Barreto convivia com o romantismo, realismo, parnasianismo e etc... Podemos comparar com a nossa literatura de hoje, daqui algumas décadas alguém vai colocar a nossa literatura em uma caixinha, em uma escola literária, sem que hoje a gente perceba como isso pode ocorrer.

(peguei de outro site)

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