Português, perguntado por rafaelsimith914, 4 meses atrás

Questão 1 - A minha mãe falava sério! Isso aqui é um chiqueiro! Não acredito que você trocou nossa casa superacolhedora, limpíssima e sempre arrumadíssima por essa pocilga. Fala sério, Maria de Lourdes! – exasperou-se minha mãe, mãos na cintura, a última vez que veio me visitar. Eu nunca encontro palavras para dizer nessas horas. Durante seus ataques, prefiro me recolher ao mais puro silêncio de consentimento. Estou há sete meses dividindo com a Helô e a Bené um ridiculamente pequeno apartamento. Bem disse minha mãe, nada cabe no apartamento. Nada mesmo! Sinceramente, eu e as meninas mal cabemos no “apertamento”, como chamamos carinhosamente nosso lar-microlar. [...] (REBOUÇAS, T. Fala sério, professor! Rio de Janeiro: Rocco, 2006. Adaptado.) Esse fragmento procura incorporar marcas típicas da oralidade ao discurso do narrador, dando espontaneidade ao relato. Uma dessas marcas é o uso da expressão

a) “palavras para dizer”

b) “prefiro me recolher”

c) "silêncio de consentimento”

d) “Nada mesmo!”

e) “chamamos carinhosamente”

Questão 2 - O fragmento a seguir é continuação do texto “A minha mãe falava sério!”, já usado na questão anterior: Morar longe de casa não tem sido exatamente o paraíso que eu imaginava, mas dias melhores virão. Serei efetivada no meu estágio (oba!), vou ganhar um salário decente e acho que logo, logo estarei pronta para alugar o meu próprio cantinho. Decidi: amo as meninas, mas quero, preciso morar sozinha. Pelo bem da nossa amizade. Para dar uma ideia do caos que é nossa convivência, outro dia cheguei em casa e vi repousando no chão da microssala, repetindo, no chão da microssala, vários, de novo, vários objetos. Foi difícil desviar deles. Primeiro, passei raspando por um CD do Nando Reis, depois, quase pisei na caixa do CD do Nando com um disco de funk dentro, na caixa do DVD de Sex and the City, numa lixa de unha, num papel de bala, num ventiladorzinho portátil, num tênis amarelo imundo, num pedaço de papel com um número de telefone anotado e em entupidos sacos de roupa suja.– A gente precisa comprar uma máquina de lavar roupa para essa casa! Ou tomar vergonha na cara e lavar a roupa! A gente não pode achar normal esses sacos estarem no meio da sala há uma semana! – reclamei, antes de dizer boa-noite para as minhas amigas.– Não cabe máquina de lavar aqui no apartamento – disseram-me as duas calmamente. A casa estava um horror. Nós três somos terríveis juntas. A Helô, então, é sem noção. É capaz de deixar durante dias uma maçã comida sobre a pia da cozinha. Isso porque a lixeirinha fica ao lado da torneira. [...] (REBOUÇAS, T. Fala sério, professor! Rio de Janeiro: Rocco, 2006. Adaptado.) Embora escrito, esse texto está repleto de marcas de coloquialidade, típicas da linguagem falada. Só não pode ser considerada uma dessas marcas a passagem

a) “Morar longe de casa não tem sido exatamente o paraíso que eu imaginava"

b) “Serei efetivada no meu estágio (oba!)”

c) “Ou tomar vergonha na cara e lavar louva!”

d) A gente não pode achar normal esses sacos estarem no meio da sala há uma semana"

e) “A Helô, então, é sem noção.”

Questão 3 - Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como dos peraltas sem emprego. E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro, general, uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria que... Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal. (MACHADO DE ASSIS, Memórias póstumas de Brás Cubas) Embora pertença à modalidade escrita da língua, este texto apresenta marcas de oralidade, que têm finalidades estilísticas. Dos procedimentos verificados no texto e indicados abaixo, o único que constitui marca típica da modalidade escrita é

a) "uso de frase elíptica em "Uma flor, o Quincas Borba".

b) repetição de palavras como "nunca" e "pajem".

c) interrupção da frase em "Quem diria que...".

d) emprego de frase nominal, como em "E de imperador!".

e) uso das formas imperativas "suspendamos" e “não adiantemos”

Soluções para a tarefa

Respondido por mariasousa34040
3

letra c interrupção da frase em quem diria que


vava74: e a resposta das outras?
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