Quero um documentário com o tema"Nação de Justiça"?
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Resposta:
"Não perguntem o que pode a América fazer por vocês; perguntem antes o que é que podem fazer pela América" disse John Kennedy no seu discurso inaugural, há 40 anos. Ontem George W. Bush retomou o tema e lembrou aos americanos que "o que quer que façam é pelo menos tão importante como aquilo que o governo fizer". Mais: "desafio-vos a prosseguirem o bem comum apesar do vosso conforto pessoal; a defenderem as reformas necessárias contra os inevitáveis ataques; a servirem a vossa nação, começando por ajudarem o vosso vizinho". Noutro país que não na América palavras como estas poderiam não fazer sentido. Porque nenhum outro país tem o sentido do destino como a América. Nenhum outro país espera com a mesma naturalidade que o seu Presidente se lhe diriga falando de uma "nação única de justiça e oportunidades". O que noutros lugares soaria ridiculamente pífio, na América é o que todos esperam ouvir.Por isso, se quisermos compreender um pouco melhor a América e o seu novo Presidente devemos começar por ler o seu dircurso de posse. Não apenas pelos momentos de retórica que sempre tornam esses dircursos momentos únicos - os dois discursos de Clinton ficaram na memória de todos -, mas para entender melhor o que é o "conservadorismo com compaixão" que acaba de se instalar na Casa Branca. É que, talvez contra a expectativa de muitos, as primeiras palavras de Bush foram para "os mais fracos, para as vítimas dos preconceitos, para aqueles que nasceram em ambientes difíceis". Isto é, tal como explicam os seus mentores ideológicos, o "conservadorismo com compaixão" é um conservadorismo que, ao contrário da tradição, coloca os pobres no centro das suas políticas. É um conservadorismo centrista que busca a inclusão social, e que se procura abrir às minorias.O facto de George W. Bush ter retomado esta retórica no seu discurso de posse mostra que a "compaixão" não era apenas um estratagema de campanha. É ela que sustenta os dois primeiros pontos da sua agenda política, ontem reafirmados: reformar o sistema de ensino "antes que a ignorância e a apatia reclamem ainda mais jovens vidas" e reformar os sistemas de segurança social e de saúde para os mais pobres - o Medicare. Os outros dois pontos da sua agenda política - a redução dos impostos e a construção do sistema de defesa anti-míssil - são temas mais classicamente republicanos, pelo que importará saber qual a prioridade que estabelecerá. Como Governador do Texas, Bush preferiu sempre centrar-se em três ou quatro pontos centrais da sua agenda política, deixando o dia a dia para os seus colaboradores. A forma como constituiu a sua equipa mostra que não tenciona mudar de hábitos e que, como Ronald Reagan, e ao contrário de Clinton, poderá vir a ser um "presidente de pantufas" que apenas de ocupa de alguns temas. É um estilo que os americanos apreciam desde que esses temas coincidam com as suas principais preocupações - e, neste momento, coincidem. Resta saber se George W. Bush - que formou um equipa plural, com grande participação de elementos das minorias, mas com um procurador geral ultra-polémico pelas suas posições direitistas - vai conseguir construir os acordos bi-partidários indispensáveis à aplicação da sua agenda. Face um Senado dividido ao meio e a uma Câmara dos Representantes onde os republicanos apenas dispõem de uma pequeníssima maioria, a sua tarefa não será fácil. Na frente externa, terá de provar o que ontem proclamou: "a América continua envolvida nos assuntos do Mundo pela História e por escolha, contribuindo para criar um balanço de poderes que favoreça a liberdade". "Defenderemos os nossos aliados e os nossos interesses" acrescentou, por esta ordem. Todos esperamos para ver.
Espero ter ajudado:)