História, perguntado por marileneanastaciomar, 3 meses atrás

quem ocupava os cargos públicos no rio de janeiro quando a família real chegou la​

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Respondido por thalitaalvesdasilva3
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Resposta:

Costuma-se referir ao ano de 1808 como sendo decisivo para a Corte portuguesa e a família real. A migração para o Brasil, fuga ou viagem, programada ou às pressas, produziu um marco sem precedentes na história do Império colonial português, pôs em prática a idéia do império luso-brasileiro, e promoveu grandes transformações, entre as mais importantes, a que tornou a colônia uma metrópole. A nova sede do Império, o Rio de Janeiro, foi certamente a cidade que sofreu as maiores modificações no espaço urbano e nos costumes.

O Arquivo Nacional dispõe de diversos fundos e coleções que proporcionam ao pesquisador a possibilidade de vislumbrar algumas destas transformações, dentre eles a Série Saúde, que permite observar uma nova postura frente às questões sanitárias e à saúde pública, e o privilegiado fundo Polícia da Corte, que registra as posturas tomadas pelo Estado para imprimir uma nova ordem social e geográfica à cidade.

Antes de 1808, o Rio de Janeiro - embora já capital da colônia do Brasil desde 1763 - era uma cidade colonial de proporções moderadas. A cidade ocupava o espaço desde o mar até as franjas dos morros e a região central não ia além do Campo de Santana. O Rio era uma cidade de casas térreas simples, de ruas estreitas, boa parte delas carecendo de calçamento, ocupadas por escravos, libertos, brancos pobres, comerciantes, artesãos e uma pequena presença de senhoras brancas. Os atrativos sociais eram poucos e limitavam-se a idas à igreja, procissões e festas religiosas, e a passeios no Passeio Público e outras poucas áreas propícias a caminhadas. A Corte joanina, quando aqui chega, encontra uma cidade colonial, não exatamente pequena, mas acanhada, simples, que nos próximos anos realizaria um grande esforço para se adequar à nova condição de Corte e de sede do Império português.

Até a chegada da Corte, os governadores da cidade e os vice-reis já realizavam esforços, quase sempre com verbas reduzidas, para tornar o Rio de Janeiro menos insalubre e para melhorar a ordem urbana. Alguns dos que se destacaram neste processo foram Gomes Freire de Andrade, último governador da cidade antes da mudança da capital de Salvador para o Rio em 1763, quando os próprios vice-reis passam a administrá-la. Destes, destacamos Luís de Almeida Mascarenhas, o marquês do Lavradio (1769-1778) e seu sucessor, Luís de Vasconcelos (1779-1790).

É importante também lembrar que os vice-reis administravam todo o Estado do Brasil, e realizavam obras nas outras capitanias, além do Rio de Janeiro. Juntos, estes três administradores ergueram e realizaram obras importantes para a nova capital da colônia, principalmente na área de saneamento, abastecimento, defesa, entre outras. Destacamos o Convento de Santa Teresa, a criação de Academias Literárias e Científicas (como a dos Felizes, em 1736, visando à ilustração da colônia), a construção da antiga Casa da Moeda - depois Casa dos Governadores, Palácio dos Vice-Reis e, por fim, Paço Real -, a reconstrução do aqueduto da Carioca (cuja primeira versão era da época de Aires de Saldanha), a autorização da primeira tipografia na colônia, em 1747, além da abertura de ruas (como a do Lavradio, por exemplo), o aterramento de charcos e pântanos, a construção de chafarizes, praças, fortalezas, calçamento de ruas, e do próprio Largo do Paço, entre outras ações nas áreas do comércio, agricultura e indústria.

Um dos aspectos mais comentados pelos recém-chegados sobre a cidade, e que constituiu um problema e grande desafio na empreitada de civilizar e tornar o Rio uma cidade habitável para os europeus, eram as condições de salubridade. A cidade concentrava-se em vales, cercada de grandes morros que, no dizer dos homens da época, dificultavam a circulação do ar, o que favorecia a proliferação de doenças, além de manter um calor sempre abafado e úmido nas ruas e casas.

Logo depois da chegada da Corte e da família real, o príncipe regente encomendou ao físico-mor do reino, Manoel Vieira da Silva, uma memória na qual avaliasse as condições de salubridade da nova Corte e sugerisse soluções para os problemas existentes. Em seu relato, Vieira avalia que, embora os morros realmente perturbassem a circulação do ar, o maior problema da cidade eram os pântanos e charcos, que deixavam o ar sempre úmido, o que, associados ao intenso calor, conformavam ambiente propício para o desenvolvimento dos "miasmas e febres perigosas" que resultavam nas epidemias que freqüentemente assolavam a população.

A solução proposta para este problema não seria, como já aventado desde aquela época, a derrubada de um dos morros - o do Castelo - para facilitar a circulação dos ventos. O mais acertado seria aterrar os brejos e alagadiços, abrir largas ruas e impedir a

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