Ed. Moral, perguntado por karine1570, 9 meses atrás

quem narra a aventura marítima de Vasco da Gama

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Respondido por anacarolinasilva81
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Pouco se conhece acerca dos primeiros anos de vida de Vasco da Gama, após o seu nascimento em Sines, em 1460. O seu pai fora escolhido pelo rei D. João II para comandar uma expedição à Índia, passando pelo Cabo da Boa Esperança, mas ambos morreriam antes que pudessem concretizar os seus planos. O novo rei, D. Manuel I, encarregou Vasco da Gama de empresa semelhante, pelo que uma frota composta por quatro navios largou de Portugal a 8 de Julho de 1497. A 20 de Maio de 1498, Vasco da Gama chegava a Calecute (hoje Kozhikode), na costa do Malabar, na Índia. Aí contactou com o soberano local, adquiriu uma quantidade razoável de especiarias e regressou a Lisboa como um herói. Vasco da Gama voltou à Índia duas vezes, a última das quais, em 1524, como vice-rei. Morreu nesse mesmo ano em Cochim. Ainda hoje, em Portugal, é considerado um herói nacional.

A missiva que o rei D. Manuel I recebeu em Julho de 1499 dizia sem mais preâmbulos “Vasco da Gama, fidalgo da vossa casa, veio à minha terra, com o que eu folguei. Em minha terra há muita canela, e muito cravo, e gengibre, e pimenta e muitas pedras preciosas. E o que eu quero da tua é ouro, e prata, e coral e escarlata.”

D. Manuel, jubiloso, apressou-se a comunicar estas boas novas a Fernando e Isabel de Espanha: “Mui altos e excelentes Príncipes, e muito poderosos Senhores!

Tal como D. Manuel esperava, a notícia espalhou-se pela Europa com a velocidade de um relâmpago. Como dizia um comerciante florentino que vivia em Lisboa, numa carta a um amigo em Itália: “…parece ter sido agora descoberta toda a riqueza do Mundo”.

Este sinal de fraqueza poderá ter levado o rei a ignorar o experiente Bartolomeu Dias e a escolher Vasco da Gama para comandar a nova expedição que iria contornar África, subir a sua costa oriental e aventurar-se em seguida no desconhecido Oceano Índico ao rumar ao portos buliçosos do Oriente. Embora pouco se conheça acerca dos primeiros anos da carreira de Vasco da Gama, era por certo um chefe resoluto e um marinheiro experiente. Todas as narrativas da época o descrevem como um homem duro, autoritário e “terrivelmente violento quando encolerizado”.

A frota que Vasco da Gama chefiou era a maior e mais bem organizada das expedições portuguesas de exploração marítima. Duas das quatro naus haviam sido construídas especialmente para esta missão, sob as ordens do experiente Bartolomeu Dias. Estavam armadas com canhões e aparelhadas com as mais modernas cartas náuticas e instrumentos de navegação existentes à data. A S. Gabriel, sob o comando de Gonçalo Álvares, era a nau capitania de Vasco da Gama. Paulo da Gama, seu irmão, comandava a S. Rafael, e Nicolau Coelho, a Bérrio. O quarto navio, destinado ao transporte dos mantimentos, seguia sob o comando de Gonçalo Nunes, que, uma vez esgotadas as provisões, teria a triste missão de afundá-lo.

 

 

O embarque realizou-se num sábado, 8 de Julho de 1497, e foi um espectáculo impressionante. Luís de Camões, que descreveu esta viagem, exprimiu o orgulho da multidão que se juntou naquela manhã nas areias brancas do Restelo para lhes desejar boa sorte:

Os Portugueses somos do Ocidente,

Imos buscando as terras do Oriente.

A armada largou finalmente quando, à tardinha, se levantou uma brisa fresca. Os navios deslizaram lentamente, rio abaixo, rumo ao Atlântico. E então, nas palavras de Camões:

Já a vista, pouco a pouco, se desterra

Daqueles pátrios montes que ficavam;

 

E, já depois de toda se escondeu,

Não vimos mais, enfim, que mar e céu.

Este incidente revelar-se ia profético. O bom acolhimento inicial seguido por hostilidade seria uma constante que marcaria quase todas as etapas da viagem de Vasco da Gama para a Índia.  

Que tão disformemente ali lhe incharam  

As gingivas na boca, que crescia  

a carne e juntamente apodrecia

O escorbuto seria o flagelo dos marinheiros de longo curso durante, pelo menos, os dois séculos seguintes.  

 

Disse alegre o piloto Melindano:

“Terra é de Calecu, se não me engano;

Calecute, a actual Kozhikode, era naquela época o mais rico e poderoso dos portos que se alinhavam ao longo da luxuriante costa do Malabar, próximo do extremo Sul da Índia.


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