Quem foram os mártires de Chicago?
O que reivindicavam na greve de 1886?
A que foram condenados?
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O ano do centenário da greve geral (1886-1986) que deu origem às manifestações de 1° de maio, nada melhor do que uma síntese de trajetória da luta do proletariado pelas oito horas diárias de trabalho que deslocaram na Tragédia de Chicago e no enforcamento de cinco trabalhadores anarquistas. Antes de passar o calendário como data consagrada aos trabalhadores, o 1° de maio foi um dia de reivindicações e de greves. Está ligado diretamente aos “MÁRTIRES DE CHICAGO”, faz parte desta tragédia criminosa levada às últimas conseqüências pelo governo norte-americano em 1886-7, integra a luta pelas oito horas de trabalho diárias. A primeira pessoa de que se tem noticias que dividiu o dia em três partes foi o monarca inglês Alfredo, no ano de 898. Dizia ele que precisava de oito horas para exercícios de piedade, oito horas para dormir e oito horas para recreação e estudo. E como não tinha relógio, regulava-se por tochas que ardiam em cada um dos períodos. Ainda na Inglaterra, nos século XIV e XV, alguns artífices recusaram-se a trabalhar mais de oito horas quando a lei estabelecia 14. O escritor inglês Adam Smith também foi de opinião que a jornada de trabalho deveria ser de oito horas e defendeu-a em suas obras, coincidindo com a recusa dos mineiros de Newcastle de trabalhar mais sete horas por equipes. Na Espanha, Felipe II, em gesto que ficou na historia, decretou no dia 10 de fevereiro de 1579: “Queremos e ordenamos que os mineiros trabalhem oito horas por dia, em dois turnos de quatro cada um”. Por sua vez o pedagogo Cominius (1592-1671), membro da seita “Irmãos Moravos” também proclamou a jornada de oitos horas. Todavia, considera-se o pai das oito horas, Denis Veiras, nascido entre 1635/1639, em Ales. Viveu a maior parte de sua vida na Inglaterra, França e Holanda, e é autor da Historia dos Sévarambes, publicada em 1677. Com objetivos sociais, Claude Gilbert (1652-1720) escreveu a Historia da ilha Calejava, publicada em 1700, fixando a jornada de trabalho do povo dos Avaítas em cinco horas. Roberto Owen, no ano de 1817, estabeleceu as oito horas de trabalho, para um sistema comunitário de sua autoria. No entanto os primeiro trabalhadores a declarar-se em greve pelas oito horas parece ser fiandeiras de algodão de Nottingham, no ano de 1825, segundos os operários filiados ás Trade-Unions, de Manchester, que exigem as oito horas em 20 de agosto de 1833, fixando o dia 1° de março de 1834, para entrar em vigor as 48 horas de trabalho semanais para os menores de nove a 16 anos de idade. Aderiram a este movimento na Inglaterra, as mulheres Jardineiras. Em Lyon, Gabriel Charavay, da Facção blanquista. Em março de 1849, pronunciou a jornada de oito horas para todos os trabalhadores. E, finalmente, de 3 a 8 de setembro de 1866, a Primeira Internacional dos Trabalhadores, em congresso na cidade de Genebra, declara: “1.° – O Congresso considera a redução das jornadas de trabalho, o primeiro passo para a emancipação operaria”. Esta posição é confirmada nos 2.° e 2.° congresso (2 a 8 de setembro de 1867 e 6 a 13 de setembro de 1868). Nos Estados Unidos da América do Norte as greves pelas oito horas começaram com os carpinteiros de Filadélfia em 1827. Mas tarde, por pressão operaria o presidente Van Buren “proibia que os meninos de Massachusseis e Connecticut trabalhassem mais de 10 horas por dia, 1842”.
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