Quem foi Horácio Esteban Ratti?
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As marcas da última ditadura militar podem ser rastreadas na produção das novas gerações. Todorov argumenta que um país que sofreu os campos de concentração tem o coração comido pelos vermes. Esses vermes são os que nutrem explícita ou tacitamente uma escrita que simula tomar distância desse período negro”, afirma o escritor Guillermo Saccomanno. O regime militar promoveu uma fratura entre o dentro e o fora. As vozes dissidentes deviam ser silenciadas ou expulsas. Cortázar, de fora, definiu a situação em 1978 como um “genocídio cultural”. Entre os que ficaram dentro, Ernesto Sábato respondia que a cultura argentina, apesar das limitações, prosseguia. O autor de O Túnel possivelmente se referia a artefatos de precisão vanguardista como Cuerpo Velado, de Luis Gusmán, e Ema la Cautiva, de César Aira, mas sem dúvida a maior lembrança do antagonismo daquela época é a foto de Jorge Luis Borges, Horacio Esteban Ratti, Leonardo Castellani e o próprio Sábato compartilhando mesa e talheres com o ditador Jorge Rafael Videla.