que medidas deveriam ter sido tomadas naquela época para que os escravos libertos tivessem a oportunidade de viver dignamente numa sociedade
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A primeira grande reação dos ex-escravos foi a celebração. Nas grandes cidades e nas zonas rurais, os ex-escravos realizaram ou se juntaram às festividades, que se estenderam por dias. Uma outra reação foi a de mudar-se de lugar e, Walter Fraga, utilizando o exemplo do Recôncavo Baiano, afirma que um grande número de ex-escravos assim o fez
Com isso, muitos ex-escravos abandonaram as fazendas e engenhos em que foram escravizados e mudaram-se para outras fazendas ou foram para outras cidades. As migrações dos ex-escravos, segundo Walter Fraga, era parte de um esforço para “distanciar-se do passado de escravidão”Além disso, muitos se mudavam para retornar ao seu local de nascimento, para rever parentes, para procurar parentes dos quais foram separados, para conseguir um trabalho com melhor remuneração etc.
As migrações de ex-escravos geraram insatisfação de grandes proprietários, assim, esses grupos passaram a pressionar as autoridades para que essas reprimissem os ex-escravos por vadiagem e vagabundagem. Essa forma de repressão era, por diversas vezes, utilizada por grandes proprietários para reprimir e perseguir ex-escravos que não aceitavam as péssimas condições impostas pelos senhores.
Um outro mecanismo de repressão desenvolvido pelos grandes proprietários contra a liberdade dos ex-escravos era impedir que eles se mudassem. Existiram casos de ex-escravos que eram ameaçados e agredidos fisicamente para que não se mudassem. Já outros senhores acionavam a Justiça para exercer a tutoria sobre os filhos de ex-escravos como forma de impedir que eles abandonassem sua fazenda.
Muitas vezes os senhores também se negavam a pagar os salários acertados com os ex-escravos e utilizavam de ameaças quando estes demonstravam sua insatisfação. Apesar disso, muitas vezes os escravos impunham a sua vontade e muitos passaram a não aceitar determinadas condições. A migração é um desses sinais, pois muitos se mudavam, porque partiam à procura de um salário melhor para sobreviver.
Os pagamentos, conforme exigiam os libertos, deveriam ser semanais ou diários, e a jornada de trabalho, limitada. Muitos também exigiam um espaço para cultivar sua própria plantação, de onde retiravam parte do seu sustento. Os que iam para as cidades aprendiam a trabalhar nos mais diversos ofícios, como pedreiro e aguadeiro, e no caso das mulheres esses ofícios relacionavam-se com os afazeres domésticos.
Outro fenômeno importante foi as fugas de senhores de escravos, nos dias logo após a abolição da escravidão, por temerem que os escravos, então libertos, voltassem-se contra si e contra sua família. Walter Fraga destaca um caso na Bahia – no Engenho Maracangalha – onde isso aconteceu. Lá, os ex-escravos, aproveitando-se da ausência de seu antigo senhor, apoderaram-se das terras
A questão da terra também foi um fator relevante e que definiu como seria a vida do ex-escravo com a abolição. A Lei Áurea não foi acompanhada por nenhuma medida que garantisse o sustento do ex-escravo. A situação, pelo contrário, foi o inverso, pois, conforme mencionado, a lei e o aparato do Estado, muitas vezes, foram utilizados para reprimir os ex-escravos e para podar-lhes a liberdade.
O não acesso às terras que permaneceram nas mãos dos grandes proprietários e ex-donos de escravos foi um problema grave que contribuiu para reforçar o papel de dependência dos ex-escravos em relação aos senhores. As condições ruins e os salários baixos garantiam aos ex-escravos uma posição subalterna e marginalizada na sociedade.
O mesmo aconteceu nas grandes cidades, uma vez que esses libertos, sem oportunidades e sem estudo, eram sujeitos a empregos ruins e mal remunerados. A pobreza e a falta de oportunidades contribuíram para perpetuar essa parcela de ex-escravos em posições marginais de nossa sociedade, o que contribuía, inclusive, para o crescimento da criminalidade. Houve também ex-escravos que optaram por retornar para o continente africano.
De toda forma, a abolição da escravatura seguiu como um momento marcante para os ex-escravos. Muitos deles, em suas formas de se manifestar, procuravam exaltar e relembrar o Treze de Maio e a conquista da sua liberdade por meio do samba, da capoeira, da religião etc.
Com isso, muitos ex-escravos abandonaram as fazendas e engenhos em que foram escravizados e mudaram-se para outras fazendas ou foram para outras cidades. As migrações dos ex-escravos, segundo Walter Fraga, era parte de um esforço para “distanciar-se do passado de escravidão”Além disso, muitos se mudavam para retornar ao seu local de nascimento, para rever parentes, para procurar parentes dos quais foram separados, para conseguir um trabalho com melhor remuneração etc.
As migrações de ex-escravos geraram insatisfação de grandes proprietários, assim, esses grupos passaram a pressionar as autoridades para que essas reprimissem os ex-escravos por vadiagem e vagabundagem. Essa forma de repressão era, por diversas vezes, utilizada por grandes proprietários para reprimir e perseguir ex-escravos que não aceitavam as péssimas condições impostas pelos senhores.
Um outro mecanismo de repressão desenvolvido pelos grandes proprietários contra a liberdade dos ex-escravos era impedir que eles se mudassem. Existiram casos de ex-escravos que eram ameaçados e agredidos fisicamente para que não se mudassem. Já outros senhores acionavam a Justiça para exercer a tutoria sobre os filhos de ex-escravos como forma de impedir que eles abandonassem sua fazenda.
Muitas vezes os senhores também se negavam a pagar os salários acertados com os ex-escravos e utilizavam de ameaças quando estes demonstravam sua insatisfação. Apesar disso, muitas vezes os escravos impunham a sua vontade e muitos passaram a não aceitar determinadas condições. A migração é um desses sinais, pois muitos se mudavam, porque partiam à procura de um salário melhor para sobreviver.
Os pagamentos, conforme exigiam os libertos, deveriam ser semanais ou diários, e a jornada de trabalho, limitada. Muitos também exigiam um espaço para cultivar sua própria plantação, de onde retiravam parte do seu sustento. Os que iam para as cidades aprendiam a trabalhar nos mais diversos ofícios, como pedreiro e aguadeiro, e no caso das mulheres esses ofícios relacionavam-se com os afazeres domésticos.
Outro fenômeno importante foi as fugas de senhores de escravos, nos dias logo após a abolição da escravidão, por temerem que os escravos, então libertos, voltassem-se contra si e contra sua família. Walter Fraga destaca um caso na Bahia – no Engenho Maracangalha – onde isso aconteceu. Lá, os ex-escravos, aproveitando-se da ausência de seu antigo senhor, apoderaram-se das terras
A questão da terra também foi um fator relevante e que definiu como seria a vida do ex-escravo com a abolição. A Lei Áurea não foi acompanhada por nenhuma medida que garantisse o sustento do ex-escravo. A situação, pelo contrário, foi o inverso, pois, conforme mencionado, a lei e o aparato do Estado, muitas vezes, foram utilizados para reprimir os ex-escravos e para podar-lhes a liberdade.
O não acesso às terras que permaneceram nas mãos dos grandes proprietários e ex-donos de escravos foi um problema grave que contribuiu para reforçar o papel de dependência dos ex-escravos em relação aos senhores. As condições ruins e os salários baixos garantiam aos ex-escravos uma posição subalterna e marginalizada na sociedade.
O mesmo aconteceu nas grandes cidades, uma vez que esses libertos, sem oportunidades e sem estudo, eram sujeitos a empregos ruins e mal remunerados. A pobreza e a falta de oportunidades contribuíram para perpetuar essa parcela de ex-escravos em posições marginais de nossa sociedade, o que contribuía, inclusive, para o crescimento da criminalidade. Houve também ex-escravos que optaram por retornar para o continente africano.
De toda forma, a abolição da escravatura seguiu como um momento marcante para os ex-escravos. Muitos deles, em suas formas de se manifestar, procuravam exaltar e relembrar o Treze de Maio e a conquista da sua liberdade por meio do samba, da capoeira, da religião etc.
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