Artes, perguntado por mMarinho269, 10 meses atrás

qual foi o impacto da criação do videotape na produção de telenovelas brasileiras?

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Respondido por gleicinhaediel
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Concessão da TVS

Logotipos da TVS. Boa parte de sua programação visual foi integralmente baseada na WPIX, estação nova-iorquina, na época independente, de filmes e séries. O logotipo de 1979 é o mesmo da WBAL-TV.[2]

Na década de 1970, foi aberta a concorrência dos canais 9 de São Paulo e do Rio de Janeiro, respectivamente das TVs Excelsior e Continental.[3] Silvio Santos se interessou, mas não conseguiu nenhuma. Na mesma época, 50% das ações da TV Record foram colocadas à venda e Silvio Santos as comprou.[3] Ainda em busca de uma concessão própria, Silvio Santos foi capa e reportagem da Veja de maio de 1975, a revista destacou que "nas colunas especializadas em TV de alguns jornais avolumam-se os apelos de artistas e jornalistas para que a nova emissora seja entregue a Sílvio Santos. Ele teria, sobre a grande maioria dos empresários do ramo, uma vantagem que os artistas consideram fundamental: a de pagar em dia e corretamente seus funcionários".[4] Silvio Santos se mostrava otimista em relação a concessão: "A minha televisão será diferente de todas as que existem. Não dependerá de Ibope".[4] Em outubro de 1975, Silvio Santos venceu a concorrência para o Canal 11, do Rio de Janeiro, aberta pelo presidente do Brasil Ernesto Geisel e em 22 de dezembro de 1975, o então Ministro das Comunicações, Euclides Quandt de Oliveira, concedeu o Canal 11 do Rio de Janeiro para Silvio Santos.[3][5]

Segundo Silvio, na época em que alugava horários em rádios e TVs, conseguiu crescer e que isso "chamou a atenção do público e do governo", até ganhar sua primeira concessão de TV, em 1976, no Rio de Janeiro.[6] Apesar de artistas e jornalistas terem declarado apoio à concessão da TVS para Silvio Santos,[4] não foi todo mundo que achou correta a decisão da concessão dada pelo governo à Silvio Santos. Em entrevista à mesma revista Veja de 11 de agosto de 1976 (página 4), José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, então superintendente da Rede Globo, afirmou: "Em vez de estimular a programação alternativa das minorias, concedeu-se um canal ao empresário Sílvio Santos, homem que por interesses comerciais que nada têm a ver com televisão corteja ostensivamente as camadas mais populares. Pela luta de Sílvio Santos, fica-se até feliz, mas pela grande luta da televisão brasileira é decepcionante, pois não estamos precisando de mais emissoras dirigidas à massa.". Boni completa: "Nem o Silvio Santos acreditou no seu canal - assinou contrato com a Tupi. Quem vai acreditar?".[5]

A declaração de Boni, "nem o Silvio Santos acreditou no seu canal...", teve uma explicação: quando saiu da Globo, Silvio Santos assinou com a TV Tupi para exibir seu programa dominical em rede nacional. Provavelmente, segundo Boni, o correto seria Silvio transmitir o programa apenas pela TVS.[5]

Nasce a TVS

Em 14 de maio de 1976, às 21 horas, com programação contínua das 6 da tarde até a meia-noite, entrou no ar o canal Studio Silvio Santos Cinema e Televisão Ltda., ou simplesmente, TVS.[3][7] O animador investiu 60 milhões de cruzeiros na nova emissora.[5] A TVS do Rio de Janeiro era o embrião de uma futura rede de televisão nacional de Silvio Santos.[5] A emissora nasceu, em grande parte, devido aos esforços de Manuel de Nóbrega, um dos grandes amigos de Silvio Santos, que, mesmo doente, usou todo o seu carisma para ajudar o apresentador.[5] Uma das primeiras atrações da TVS era uma edição do programa de perguntas e respostas Silvio Santos Diferente.[8]

A programação tinha os programas Bacará 76 com Ronald Golias e Um Instante Maestro com Flávio Cavalcanti e o Horóscopo com Zora Yonara, além de flashs jornalísticos, seriados como Hazel, a Empregada Maluca, O Homem da Cadeira de Rodas, Os Recém-Casados e Joe Forrester, desenhos animados e exibia um mesmo filme três sessões seguidas na chamada Sessão Corrida,[9] o que permitiria a Silvio Santos checar os horários que mais atraíam o público.[3] Nessa mesma época, o Programa Silvio Santos entrou no ar com quatorze horas de programação semanal ao vivo.[3] Posteriormente, a partir de 1980, a emissora exibiu atrações como um programa com Carlos Imperial, Bozo e Sessão Premiada.[10] A assessoria de imprensa do Grupo Silvio Santos na época destacou o investimento de US$2,5 milhões da primeira compra de equipamentos e de sua chegada ao Brasil e a então utilização da torre da antiga TV Continental, comprada por Silvio Santos em um leilão da massa falida da emissora. Embora a concessão fosse no Rio de Janeiro, os estúdios da TVS ficavam em São Paulo, na Vila Guilherme, com quatro mil metros quadrados, e outro, um auditório batizado de Teatro Manuel de Nóbrega, no bairro da Pompéia.[3] Em 1978, um incêndio atingiu o estúdio na Pompéia, tendo o prejuízo sido calculado em Cr$ 25 milhões.

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