Qual foi a influência da "Guerra Fria" no desenvolvimento das ditaduras militares na América Latina?
Soluções para a tarefa
Resposta: Vou responder de forma mais objetiva, dai você lê e resume.
- Também vou resumir porém faltando algumas coisas ( não importantes, mas!, mesmo não sendo acabam sendo perguntadas por professores! ).
Explicação: GUERRA FRIA
As ditaduras na América Latina se estabeleceram no período em que a ordem internacional sofria pelos enfrentamentos da Guerra Fria. Na época, os Estados Unidos desenvolveram uma série de mecanismos de combate ao expansionismo comunista. Já nos anos 1950, fora estabelecida pelas autoridades do país a Doutrina de Segurança Nacional, cujas diretrizes procuravam combater o “perigo vermelho” dentro e fora do território norte-americano.
Neste contexto, e notadamente a partir da Revolução Cubana e da ascensão do governo comunista de Fidel Castro, os EUA viriam a intensificar a vigilância sobre a América Latina. Tal preocupação originou, por exemplo, a Aliança para o Progresso, programa instituído por Washington conjuntamente a diversas lideranças latino-americanas, através do qual buscava-se melhorar os índices socioeconômicos da região e, concomitantemente, frear o crescimento das alternativas socialistas.
Os governos militares latino-americanos mantinham entre si uma poderosa rede de comunicação, onde os contatos eram tecidos com o objetivo de expurgar todo tipo de oposição. É justamente nesses termos que podemos localizar a criação da Operação Condor, uma aliança instituída por tais regimes com a intenção de perseguir esquerdistas, antipatriotas e subversivos nos países do Cone Sul, independente da nacionalidade do “criminoso”.
Se por um lado são evidentes as relações entre tais golpes militares e os interesses do capitalismo norte-americano, por outro é igualmente inegável o apoio despejado por boa parte da população latino-americana à chegada ao poder desses governos. Acreditava-se que somente através de administrações fortes, comandadas pelo ímpeto dos militares, estaria garantida a urgente defesa contra a ameaça comunista.
Contra esses “inimigos da ordem”, as ditaduras se utilizavam de tantos outros expedientes. A repressão fora instituída nas suas mais diversas facetas, sendo a censura aos meios de imprensa oficializada e a tortura legitimada juridicamente. Exílios, prisões e desaparecimentos de perseguidos políticos também se fizeram cotidianos em países como Chile, Uruguai, Argentina, Bolívia e Brasil.
Crescimento e crise
A grande popularidade obtida por alguns desses governos esteve relacionada ao relativo crescimento econômico que alcançaram em determinados períodos. Vinculadas ao grande capital internacional, destacadamente às diretrizes norte-americanas, as ditaduras latino-americanas obtiveram os investimentos necessários ao fortalecimento de suas economias. Assim, a pujança financeira parecia legitimar os autoritarismos estatais.
No entanto, a inserção desses países na ordem neoliberal não garantiu necessariamente a melhoria dos índices sociais, notadamente daqueles referentes aos grupos menos abastados. Ao contrário, o Estado cada vez mais se distanciou da tarefa de garantir os mínimos parâmetros sociais, subjugando as parcelas mais humildes desses países.
Em fins dos anos 70, com a inflamação dos movimentos de oposição, essas ditaduras começaram a dar os primeiros sinais mais evidentes de fragilidade. Internacionalmente, havia igualmente um cenário favorável à redemocratização das instituições políticas. Nos EUA, com a derrota do país na Guerra do Vietnã e ascensão do governo Jimmy Carter, cresceu a pressão por um posicionamento mais claramente contrário às experiências autoritárias na América Latina. A própria Igreja Católica, em muitos casos entusiasta dos golpes militares, passara a criticar de modo mais veemente os abusos cometidos por tais governos.
As ditaduras latino-americanas tiveram fins distintos. Em alguns países, como na Argentina e Chile, tais experiências foram tratadas como Terrorismo de Estado, sendo muitos dos seus responsáveis punidos pela sociedade civil. Já em outros casos, como no Brasil, os autores das violências e autoritarismos cometidos foram anistiados por dispositivos legais, muitos dos quais criados pelos próprios governos militares (como a brasileira Lei da Anistia).
Posteriormente, as Comissões da Verdade cumpriram o importante papel de investigar o passado e denunciar os horrores cometidos pelas ditaduras. Buscaram igualmente elucidar a contemporaneidade acerca das condições históricas que possibilitaram tais experiências. No Brasil, a Comissão Nacional da Verdade só veio a ser criada em 2012 com o objetivo de investigar as violações cometidas contra os Direitos Humanos no período de 1946 a 1988.
Resumo rápido sobre o conteúdo acima : aspectos convergentes entre as experiências ditatoriais abordadas na questão, ou seja, o combate violento às forças identificadas com “projetos de esquerda”, notadamente aqueles simpatizantes dos ideais comunistas.