qual fato ou situacao foi o ponto de partida cronica de tatiana belink
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Soluções para a tarefa
Pois bem, estava eu ali, muito entretida, examinando os livros, quando de repente senti que alguém me puxava pela manga. Olhei para baixo e vi um menino - um garotinho de uns nove ou dez anos, magrelo, sujinho, de roupa esfarrapada e pé no chão. Uma dessas crianças que andam largadas pelas ruas da cidade, pedindo esmola. Ou, no melhor dos casos, vendendo colchetes ou dropes, essas coisas. Eu já ia abrindo a bolsa para livrar-me logo dele, quando o garoto disse:
- Escuta, dona (Naquele tempo, ninguém chamava a gente de tia: tia era só a irmã do pai ou da mãe.)
- O quê? - perguntei. - O que você quer?
- Eu... dona, me compra um livro? - disse ele baixinho, meio com medo.
Dizer que fiquei surpresa é pouco. O jeito do menino era de quem precisava de comida, de roupa, isso sim. Duvidei do que ouvira:
- Você não prefere algum dinheiro? - perguntei.
- Não, dona - disse o garoto, mais animado, olhando-me agora bem nos olhos. - Eu quero um livro. Me compra um livro?
Meu coração começou a bater forte.
- Escolha o livro que você quiser - falei.
Resposta:Pois bem, estava eu ali, muito entretida, examinando os livros, quando de repente senti que alguém me puxava pela manga. Olhei para baixo e vi um menino - um garotinho de uns nove ou dez anos, magrelo, sujinho, de roupa esfarrapada e pé no chão. Uma dessas crianças que andam largadas pelas ruas da cidade, pedindo esmola. Ou, no melhor dos casos, vendendo colchetes ou dropes, essas coisas. Eu já ia abrindo a bolsa para livrar-me logo dele, quando o garoto disse:
- Escuta, dona (Naquele tempo, ninguém chamava a gente de tia: tia era só a irmã do pai ou da mãe.)
- O quê? - perguntei. - O que você quer?
- Eu... dona, me compra um livro? - disse ele baixinho, meio com medo.
Dizer que fiquei surpresa é pouco. O jeito do menino era de quem precisava de comida, de roupa, isso sim. Duvidei do que ouvira:
- Você não prefere algum dinheiro? - perguntei.
- Não, dona - disse o garoto, mais animado, olhando-me agora bem nos olhos. - Eu quero um livro. Me compra um livro?
Meu coração começou a bater forte.
- Escolha o livro que você quiser - falei.
As pessoas na livraria começaram a observar a cena, incrédulas e curiosas. O menino já estava junto à prateleira, examinando ora um ora outro livro, todo excitado. Um vendedor se aproximou, meio desconfiado, com cara de querer intervir:
- Deixe o menino escolher um livro - falei. - Eu pago.
As pessoas em volta me olhavam admiradas. Onde já se viu alguém comprar um livro para um molequinho maltrapilho daqueles?
Pois vou lhes contar: foi exatamente o que se viu naquela tarde, naquela livraria. O menino acabou se decidindo por um livro de aventuras, nem me lembro qual. Mas me lembro bem da minha emoção quando lhe entreguei o volume e vi seus olhinhos brilhando ao me dizer um apressado "obrigada, dona!" antes de sair em disparada abraçando o livro apertado ao peito.
Quanto aos meus próprios olhos, estes se embaçaram estranhamente, quando pensei comigo: "Tanta criança rica não sabe o que perde, não lendo, e este pobre menino - que certamente não era um pobre menino - sabe o valor que tem essa maravilha que se chama livro!"
Isso aconteceu à vários anos. Bem que eu gostaria de saber o que foi feito daquele menino...
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