Qual era o quadro educacional brasileiro no final da déca
da dos anos 70 início dos anos 80?
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No final dos anos 70 e início da década de 80, esgotava-se a ditadura militar e iniciava-se um processo de retomada da democracia e da reconquista dos espaços políticos que a sociedade brasileira havia perdido. A crise econômica, que coincidiu e se articulou à do capitalismo internacional (estagnação, aumento do preço do petróleo, crise fiscal do Estado), gerou forte pressão sobre o regime militar e possibilitou fissuras em sua estrutura de apoio. Houve, então, uma mudança na condução das políticas sociais, levando-se em consideração a importância da reorganização e do fortalecimento da sociedade civil; questões sociais passaram a ser tratadas como questões políticas e o discurso da segurança nacional cedeu lugar a outro que enfatizava a integração social, objetivando o desenvolvimento de programas e ações dirigidas à população mais pobre do país.
Aliado a esse fato, propostas oriundas de partidos políticos progressistas com pedagogias e políticas educacionais cada vez mais populares e inclusivas, fizeram com que o Estado brasileiro reconhecesse a falência da política educacional, devendo agora ser usada como instrumento capaz de atenuar, em curto prazo, a situação de desigualdade regional e de pobreza nacional, geradas pelas diferenças de concentração de renda existente no país, decorrente do modelo econômico capitalista vigente.
Resumidamente, pode-se dizer que até o final da década de 70, as políticas educacionais no Brasil sempre foram revestidas de uma forte motivação centralizadora, associada a discursos de construção nacional e propostas de fortalecimento do Estado: discursos abrangentes que sustentavam propostas de reformas na economia e na política, para as quais a educação era fundamental. Segundo Shiroma et al (2004), as várias políticas educacionais foram pensadas de modo a promover reformas no ensino de caráter nacional, de longo alcance, homogêneas, coesas e ambiciosas, a fim de alcançar projetos para uma nação forte, porém submetida aos interesses do capital internacional.