História, perguntado por nicolemichele10, 11 meses atrás

qual era a atuacao dos coroneis na decada de 1960-1970

Soluções para a tarefa

Respondido por saah3493
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Enquanto a realidade do coronelismo se torna cada vez mais uma coisa do passado, continua e se renova a discussão acadêmica em torno do tema. Trabalhos recentes têm contribuído não apenas para produzir novas evidências sobre a natureza e o funcionamento do coronelismo, mas também para recolocar problemas mais profundos de análise política embutidos na literatura anterior. Dada a inegável influência ainda exercida pelo texto clássico de Vítor Nunes Leal Coronelismo, enxada e voto, de 1948, torna-se adequado tomá-lo como ponto de referência para a avaliação do presente estado do debate. A tarefa se vê facilitada pelo fato de este autor, após longo silêncio, ter voltado recentemente ao assunto (“O coronelismo e o coronelismo de cada um”, Dados, 1980) para responder a alguns críticos e reafirmar o sentido do texto original.

Referindo-se especialmente à obra de Eul-soo Pang (1979), Vítor Nunes insiste na especificidade de sua abordagem do coronelismo em relação à concepção dominante. Para ele, o coronelismo se apresenta como um sistema político, uma complexa rede de relações que permeia todos os níveis de atuação política, e não apenas como mandonismo local. O mandonismo não define o coronelismo, assim como não o caracteriza o clientelismo. Mais que isto, o coronelismo, como sistema surgido na Primeira República, implica para Vítor Nunes a decadência do poder do coronel, o enfraquecimento do mandonismo. Desta decadência é que surge a necessidade do compromisso com o governo estadual, elo inicial da rede que envolveria o sistema como um todo.

Boa parte da literatura mais recente ainda insiste no aspecto do mandonismo, mesmo aquela que confessadamente busca inspiração em Coronelismo, enxada e voto. Sua maior contribuição reside no levantamento mais pormenorizado dos vários aspectos — econômicos, políticos, sociais e psicológicos — que caracterizam o mando dos coronéis, e das adaptações por que vem passando ao longo do tempo o domínio privado da política local. Da visão simplificada do coronel como o grande latifundiário, cercado pela parentela, isolado em seus domínios, senhor absoluto de coisas e gentes, emerge agora panorama mais diversificado em que se fala de tipos ou graus de coronelismo (Eul-Soo Pang e Maria Isaura Pereira de Queirós). Assim como há o coronel grande proprietário rural, pode haver também, segundo os novos estudos, mandões que constroem seu poder através da atividade comercial, da indústria, ou mesmo do exercício da profissão liberal e do sacerdócio. O isolamento também é questionado, especialmente no caso dos coronéis comerciantes e industriais. Alguns coronéis baianos envolviam-se diretamente no comércio de exportação, tendo seu poder afetado por acontecimentos internacionais como a descoberta de diamantes na África do Sul. A truculência, revela-se, é às vezes substituída por método mais civilizado de controle. Ao lado do áspero guerreiro Horácio de Matos, aparece Veremundo Soares, prático de Medicina, parteiro, botânico amador, dono de pequena biblioteca (Eul-Soo Pang, Zaide Machado Neto, M. Auxiliadora Ferraz de Sá, Celson José da Silva, Marcos Vinícius Vilaça e Francisco Itami Campos).


nicolemichele10: bom...eu queria saber açao deles na decada de 60 e 70 e nao nas de 40.Mas vc tem a fonte?
saah3493: Vou ver se consigo aqui
saah3493: calma aí
nicolemichele10: okay
nicolemichele10: ...
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