Filosofia, perguntado por junninmelloo1264, 11 meses atrás

Qual é a essência da filosofia sofistica,criticada por Sócrates?

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Respondido por anapaulamaito3
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Resposta:

Explicação:

Quem foram os sofistas

Os sofistas recusavam o rótulo de filósofos, porque sua relação com a sophia não era de paixão e, sim, de conveniência, visando ensiná-la a quem tivesse interesse e condições financeiras. Considerando o ambiente democrático, isso implicava a existência de um mercado pleno de indivíduos interessados em aprender a ser cidadãos. Os sofistas fazem parte de um quadro em que o poder político é ampliado, em que a democracia aparece como expressão desse exercício do poder, em que a cidadania define um espaço de debate onde a arte do convencimento, ou seja, a retórica, é valorizada. No estudo do pensamento sofístico, convém esclarecer alguns pontos significativos: Em primeiro lugar, não é possível classificar os sofistas por escolas de pensamento, porque seu objetivo não é investigar a physis e seu princípio motivador, a arché, mas sim voltar a atenção para o nomos, aquilo que é fruto da criação humana e é movido pelas leis criadas por homens e, portanto, podem ser discutidas e modificadas caso haja argumentos. Não está submetido, portanto, às leis naturais que regem a physis. Um segundo ponto significativo diz respeito à concepção atual dos sofistas. Tal concepção pede um alerta, uma vez que a maior parte das informações a seu respeito vem de seus detratores, e o julgamento de valor desses leva a acreditar que a arte da sofística era usada de forma negativa na democracia ateniense. O que não reflete necessariamente a realidade. Assim, o grande objetivo dos sofistas não era afirmar categoricamente algo, mas fazer outros concordarem com eles por meio de seus argumentos. Daí a importância da palavra no meio sofístico, até porque as decisões na sociedade democrática grega, mais especificamente na ateniense, eram tomadas na assembleia de cidadãos que acontecia na ágora. Os sofistas acreditavam que o único caminho envolvia a disputa verbal e a vitória sobre os adversários, para mostrar a superioridade de seus argumentos. Dentre os sofistas mais importantes, destacam-se Protágoras e Górgias, contemporâneos de Sócrates.

Diferenças entre Sócrates e os sofistas:

Sócrates justificava sua crítica aos sofistas no procedimento deles de jogar com as palavras, por meio de retórica e oratória, pondo os interesses particulares acima dos públicos. Ainda que fosse confundido como outro sofista qualquer, Sócrates diferenciava-se deles, não somente por abominar pagamentos monetários em troca de seus ensinamentos ou por identificar a sofística com jogo de palavras que impedia a descoberta da verdade. Sócrates criticava a própria incoerência da atividade sofística, capaz de defender argumentos conflitantes no mesmo diálogo, tudo sempre com o mesmo objetivo: vencer a disputa verbal. Para ele, a atividade sofística, apesar de afirmar que buscava o bem para a democracia, acabava degradando-a. Dessa percepção do pensamento sofístico se constituíram o pensamento e o esforço socrático: fazer a aletheia (verdade/essência) superar o doxa (opinião/aparência), permitindo ao homem grego atingir a verdade. Para tanto, Sócrates fez uso dos mesmos mecanismos linguísticos que os sofistas, com o claro objetivo de expô-los como falsários que se apoderavam de conhecimento falacioso, apresentando-os, enfim, como demagogos. Além disso, o método socrático difere do sofista por mostrar que a dialética não se confunde com a retórica sofista, pois aquela envolve exercício mental realizado por meio de diálogo, em que estejam presentes movimentos de afirmação, negação, análise e síntese do assunto escolhido. O sofista é um professor ambulante. Sócrates é alguém ligado aos destinos de sua cidade; O sofista cobra para ensinar. Sócrates vive sua vida e essa confunde-se com a vida filosófica: “ Filosofar não é profissão, é atividade do homem livre” O sofista “sabe tudo” e transmite um saber pronto, sem crítica (que Platão identifica com uma mercadoria, que o sofista exibe e vende). Sócrates diz nada saber e, colocando-se no nível de seu interlocutor, dirige uma aventura dialética em busca da verdade, que está no interior de cada um. O sofista faz retórica (discurso de forma primorosa, porém vazio de conteúdo). Sócrates faz dialética (bons argumentos). Na retórica o ouvinte é levado por uma enxurrada de palavras que, se adequadamente compostas, persuadem sem transmitir conhecimento algum. Na dialética, que opera por perguntas e respostas, a pesquisa procede passo a passo e não é possível ir adiante sem deixar esclarecido o que ficou para trás. O sofista refuta por refutar, para ganhar a disputa verbal. Sócrates refuta para purificar a alma de sua ignorância.

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