QUAL É A BANDEIRA FEMINISTA DO SÉCULO XXI?
Soluções para a tarefa
Explicação: As novas feministas têm diferentes formas de protestar. Ex-líder do Femen no Brasil, Sara Winter é uma das radicais. Desde o surgimento do grupo na Ucrânia, em 2008, as passeatas usam a nudez para chamar a atenção da mídia – e muitas vezes terminam com suas integrantes na delegacia. O grupo já promoveu manifestações diante de templos religiosos, como mesquitas, ou símbolos públicos, como sedes de governos e embaixadas. Sara, que acaba de criar um movimento próprio, com base no Femen, o Bastardxs, acredita no poder do corpo como instrumento de protesto. “A gente choca por meio da nudez descontextualizada”, diz Sara. A Marcha das Vadias, movimento que surgiu em 2011 no Canadá, também usa o espaço público das ruas para seus protestos. Nas marchas, repletas de cartazes com palavras de ordem, há nudez, mas não é obrigatória. “Até homens podem marchar, mas o comando é sempre das mulheres. A única regra é essa”, diz uma integrante da Marcha de São Paulo, que não quis se identificar.
>> As cantadas ofendem
As manifestações no mundo virtual também fazem barulho. Um exemplo é a campanha Chega de Fiu-Fiu, lançada em 2013 pela jornalista Juliana Faria, em protesto contra as cantadas ofensivas. Por meio de seu site Think Olga, ela coletou opiniões de 7.762 mulheres sobre assédio sexual. A pesquisa teve grande repercussão e foi compartilhada por dezenas de milhares de pessoas. Em 2014, Juliana pretende levar seus protestos para as ruas. Outra estrela do ativismo digital é a professora universitária Lola Aronovich, autora do blog Escreva Lola Escreva, que tem em média 260 mil visitantes por mês. Desde 2008, o blog abriga longos textos diários que defendem a liberdade sexual e criticam a maneira como as mulheres são retratadas na imprensa, na publicidade e no cinema. O blog Blogueiras Feministas, criado pela pesquisadora Cynthia Semíramis, também se destaca. O site reúne textos de ativistas brasileiras e também de outros países. Doutoranda em Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cynthia tenta levar a discussão da internet para o Legislativo, sugerindo mudanças em leis relacionadas às mulheres.