Qual a visão da sociedade brasileira sobre as mulheres nas primeiras décadas da primeira República?
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Resposta:
Imagens da mulher
No imaginário do século XIX e XX, o sexo feminino estava à mercê de seu aparelho
reprodutivo, que, segundo se acreditava, tornava seu comportamento emocional errático e imprevisível. Nesse momento, a imagem construída para a mulher destaca a sua fragilidade física, da qual decorre sua delicadeza e debilidade moral. No entanto, a tese
da inferioridade feminina encontra raízes ainda na filosofia Iluminista. De acordo com Rachel Soihet (1997):
Constituem-se as mulheres, de acordo com a maioria dos filósofos iluministas, no ser da paixão, de imaginação, não do conceito. Não seriam capazes de invenção e, mesmo quando passíveis de ter acesso à literatura e a determinadas ciências estariam excluídos da piedade. A beleza tributo desse sexo era incompatível com as faculdades nobres, figurando a elogio do caráter de uma mulher como a prova de sua lealdade (Soihet. 1997, p. 9)
Para a maioria dos iluministas, a razão era um atributo que não estava presente nas mulheres, completando-se o processo apenso nos varões. A mulher teria permanecido na etapa da imaginação e da infantilidade. Não exercer o controle sobre seus comportamentos significaria, portanto, deixa-la sucumbir ao risco da loucura. Nesse sentido, o oposto da "mãe" é a mulher histérica e nervosa (Costa. 1979)
Rousseau, filósofo iluminista, exerceu influência entre os homens cultos tanto na Europa, quanto no Brasil. A publicação de Emily, em 1762, cristalizou as novas idéias e deu um verdadeiro impulso à família moderna, isto é, a família fundada no amor materno. Veremos que, depois do Emile, durante dois séculos, todos os pensadores que se ocuparam da infância retornam ao pensamento rousseauniano para levar cada vez mais longe suas aspirações.
Com relação à educação, o filósofo propõe uma diferenciação entre homens e mulheres. Para estas, simbolizada por Sofia (destinada a ser esposa de Emilio) não se deveria cultivar qualidades masculinas, pois a mulher é feita especialmente para agradar o homem" e "para obedecer também".
Na narrativa, ao descrever o que entende por natureza feminina, Rousseau reproduz e aprofunda a representação inferiorizada da mulher, Enquanto Emilio é definido como forte, corajoso, ativo, inteligente, pensante: Sofia é naturalmente fraca, submissa, passiva, complemento masculino. A mulher é definida por aquilo que o homem não tem, ou seja, é descrita em negativo.
A inferioridade da razão era um fato incontestável bastando cultive-la na medida necessária ao cumprimento de seus deveres naturais: obedecer ao marido, ser lhe fiel cuidar dos filhos. No que concerne à educação, os homens ingressavam no curso secundário vislumbrando o ensino superior. Já para as mulheres, a opção consistia nas escolas normais, destinadas à profissionalização e preparo para o mundo doméstico.
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