Qual a situação real e paradoxal da tecnologia?
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Uma Face do Paradoxo
De facto, as novas tecnologias já deixaram de ser promessas e passaram a ser uma realidade, desde a fotónica à multimédia digital, da computação à convergência de tecnologias digitais. Não há dúvida de que estas novas tecnologias ajudam a comprimir tempo e espaço, introduzindo novas lógicas económicas e sociais (e proximamente políticas) associadas à interactividade, conectividade, etc. Que as coisas vão mudar radicalmente, é uma certeza. Que a profundidade das mudanças tecnológicas requerem uma revisão fundamental da estratégia dos negócios, também. Esta é uma face do paradoxo.
Outra Face do Paradoxo
No entanto, a forma como estas tecnologias vão afectar a sociedade, as empresas e a nossa vida pessoal, pertence ainda, em grande parte, ao realmo da imaginação, ou melhor dizendo, da ficção. Por isso, há que ter cuidado com precipitações e conceitos ainda por provar. Tanto mais que este fluxo de renovação tecnológica ainda está em curso, não se sabendo bem quais as tecnologias que vencerão. Este é o outro lado do paradoxo. Este último ano de desilusões empresariais teve o condão de tornar esta segunda face do paradoxo mais evidente.
No entanto, a lógica da primeira face do paradoxo é inultrapassável. A visão do futuro é importante para mobilizar vontades e recursos. A construção de cenários (por vezes ficcionais) identifica o leque de resultados expectáveis, atribui-lhes probabilidades e identifica factores que nos permitem promover os cenários que mais nos interessam. A teorização daquilo que já sabemos (mesmo que pouco) e a ampla divulgação da inovação é útil para todos. A aplicação de novas tecnologias poderosas antes dos concorrentes é, sem dúvida, uma grande vantagem neste ambiente de crescente competitividade.
Algumas Conclusões
O principal factor de sucesso para as empresas é a compreensão deste paradoxo e a adopção de soluções práticas e simples (por isso frequentemente esquecidas) para o resolver:
Identifique a natureza do saber que lhe é apresentado (testado ou teórico) e adopte o que já foi testado e provado;
Mesmo assim, lembre-se que as verdades de hoje não são as de amanhã;
Antecipe sempre que possível, mas somente quando orientado por referências sólidas;
Não seja pressionado automaticamente por argumentos de First Mover Advantage (analise caso a caso);
Ainda vamos errar muito - acautele-se, tenha um bom plano de emergência;
Comece com projectos-piloto, apesar do entusiasmo;
Não invista tudo de uma só vez;
Avance suportado por pequenos ganhos no caminho, verificáveis e partilhados, e não por uma utopia final;
Coloque as preferências dos seus clientes acima do deslumbramento com a tecnologia;
Faça a pergunta fatal, - qual é a proposta de valor da nova tecnologia para os clientes;
Mas não adopte uma postura anedótica da vantagem competitiva, “se é bom para a Cisco, é bom para mim”, compreenda o contexto específico da sua empresa;
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