Português, perguntado por ismaelson92, 6 meses atrás

qual a situação que deu origem a narrativa​


rhaquelmantoani: oi, então...eu preciso da narrativa para consegui te ajudar
ismaelson92: qualquer uma

Soluções para a tarefa

Respondido por alessandratalitadjls
1

Resposta:

A rigor, o retorno à origem – quando ela pode ser reconstituída – terá algo a dizer

sobre os estados posteriores do sistema sempre que algumas das estruturas e funções

permanecerem ativas. Pode-se então localizar as motivações e as condições da sua

emergência e continuidade no tempo, mesmo que certas proposições assumam um teor

especulativo: o caráter (quase necessariamente) hipotético da explicação de algo tão

recuado no tempo como a origem da narrativa deverá fundar a sua plausibilidade num

exercício de “engenharia reversa”, pelo qual caberá entender de que maneira elementos

hoje discerníveis e há muito observados afinal vieram a existir, adquirindo importância

suficiente para se manterem ativos. Uma hipótese plausível sobre a origem da narrativa

poderia, assim, sugerir novas explicações para fenômenos já observados por um Aristóteles,

cobrindo desde a simbiose entre a composição do enredo e os seus efeitos sobre as

intelecções e afetos do público até o paradoxo pelo qual toda boa “imitação” do real

demanda uma manipulação eficiente de códigos composicionais (i.e. uma boa dose de

artifício). Estes fenômenos já eram conhecidos por Aristóteles, recebendo hoje uma

explicação unificada na teoria evolucionista da origem da narrativa proposta por Brian

Boyd: situando a Poética a meio caminho entre o domínio antropológico descrito por Boyd e

o romance moderno, falaremos sobre as possíveis origens e processos evolutivos

conhecidos por vários elementos pertinentes ao gênero, tais como a sua função de

produção de coesão social (apontada por Moretti) ou/e de projeção imaginativa de

realidades possíveis (em Iser), o seu componente retórico como estratégia de envolvimento

moral e emotivo do leitor (em Booth), o seu atrelamento umbilical ao presente (em

Bakhtin), todos eles – sugere-se – remetendo às funções originais da narrativa como prática

regular, mesmo após as diferenciações suscitadas pela passagem à escrita, pela passagem

ao impresso e pelas novas funções adquiridas pela narrativa com a segmentação sistêmica

das sociedades modernas.  

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