Qual a relação entre a revolução industrial e o "ciclo" do café?
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Ciclo do Café
O Café, bebida saborosa e aromática, com propriedades tonificantes, sempre provocou paixões e controvérsias.
O Café é uma planta nativa da Etiópia, país do leste da África – antiga Absínia. Estima-se que seja conhecido há mil anos no Oriente Médio, especialmente na região de Kafa, daí, certamente, o nome “CAFÉ”.
Contudo, o primeiro registro comprovado que se tem, data do século XV. Por essa época, foi “descoberto” casualmente por pastores de cabras que perceberam que quando os animais comiam daquela cereja (o fruto do café) tornavam-se mais espertos e resistentes. É claro que Kaldi, o nome atribuído a um destes pastores, passou a colher as cerejas do café e preparar, para consumo próprio, uma tonificante pasta feita com as cerejas esmagadas e manteiga.
Os vizinhos árabes, no Oriente Médio, foram os primeiros a cultivar o café (daí Coffea arábica – nome científico de uma das mais importantes espécies de café).
Os árabes foram também os primeiros a beber café – em vez de comer ou mascar, como os pioneiros. Chegou à Europa levado por navegantes e aventureiros holandeses, alemães e italianos.
No oriente motivou guerras. No ocidente, perseguições e censura. Houve época de ser considerada bebida demoníaca e seu consumo proibido pela Igreja, mas o Papa Aurélio, apreciador de um bom café, o absolveu de qualquer culpa liberando o consumo para os fiéis católicos.
A partir do século XVII, o café tornou-se uma das bebidas mais consumidas no velho continente, passando a fazer parte definitiva dos hábitos dos europeus, apreciado por todos e, consagrado por gente importante como: J.Sebastian Bach, Voltaire, Rousseau, reis e nobres e muitas outras celebridades.
Do velho mudo novo foi um pulo. Primeiro os holandeses, depois os franceses o trouxeram para as colônias que possuíam nas Américas, para aproveitar o c lima apropriado ao cultivo.
O Café começou desta maneira a florescer em nosso continente. Mas seguindo um velho costume desde a época dos turcos, não se vendia café em grão para que não fosse plantado. Por isso, o café demorou mais um pouco a chegar no Brasil. Entretanto o governador do Pará, em 1727, incumbiu Francisco de Mello Palheta, um oficial aventureiro luso brasileiro, de – a pretexto de resolver, oficialmente, questões de fronteiras com os franceses da vizinha Guiana – trazer, extra-oficialmente, algumas sementes do precioso arbusto. Palheta cumpriu a risca sua missão: tornou – se amigo intimo da esposa do governados da Guiana Francesa, Mme. Dorvelies e, com cumplicidade da primeira dama, contrabandeou nossas primeiras sementes.
Em pouco tempo o café tornou-se o mais importante produto brasileiro, vindo a ser cultivado no sudeste e sul do país, estimulado pelo Vice-Rei Marques do Lavradio que convenceu muitos fazendeiros a investir no produto.
Iniciou-se, assim, um dos principais ciclos econômicos da nossa história: o Ciclo do Café.
Os fazendeiros não se arrependeram, ao contrário, enriqueceram e muitos deles se tornaram os chamados “barões do café”. O café trouxe, também, muitas divisas para o pais e tornou o Brasil conhecido internacionalmente. Atualmente é cultivado em várias regiões do país.
Em todas as suas etapas (produção, industrialização e comércio interno e externo) gera grandes receitas e milhões de empregos, direta e indiretamente. Continua a ser um dos nossos produtos mais importantes e, sem dúvida, o mais brasileiro de todos.