Qual a relação entre a invasão francesa em Portugal e o Brasil?
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Resposta:
Desde a chegada dos portugueses no Brasil, em 1500, os territórios recém-descobertos despertaram grandes interesses de outros povos europeus. No presente texto iremos abordar as tentativas de invasões francesas no território colonial brasileiro, que na época pertencia à metrópole Portugal.
A França foi o primeiro reino europeu que contestou o Tratado de Tordesilhas (1494), que dividiu as terras descobertas na América entre Portugal e Espanha. O litoral brasileiro era constantemente frequentado pelos franceses desde o período da extração do pau-brasil. Os franceses, nessa época, mantinham permanentes contatos com os povos indígenas e dessa relação articulavam acordos e alianças com esses povos.
No século XVI, mais especificamente no ano de 1555, os franceses fundaram a chamada França Antártica, na baía de Guanabara (atual Rio de Janeiro). Lá construíram uma sociedade com influências protestantes, uma vez que, no século XVI, milhares de protestantes europeus vieram em fuga da Europa para a América em consequência da perseguição católica durante a Contrarreforma religiosa (conjunto de medidas tomadas pela Igreja Católica com o surgimento das religiões protestantes).
Sob a influência francesa, algumas partes do litoral brasileiro ganharam diversas feitorias e fortes (militares). O principal povo indígena que perpetuou a aliança com os franceses foi o Tamoio. Deste acordo surgiu a Confederação dos Tamoios (aliança entre diversos povos indígenas do litoral: tupinambás, tupiniquins, goitacás, entre outros), que possuíam um objetivo em comum: derrotar os colonizadores portugueses.
Durante cinco anos, aproximadamente, ocorreram diversos conflitos entre os portugueses e a Confederação. No ano de 1567, os portugueses derrotaram a Confederação, extinguindo-a e expulsando os franceses do território colonial.
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Resposta:
Em 1789, eclodiu a Revolução Francesa e iniciou-se uma guerra entre a França revolucionária e a Europa conservadora, na qual, potências como a Áustria, Prússia, a Rússia, Espanha e Portugal lutaram para preservar as suas independências e fronteiras. Com o Reino Unido, a França disputou a liderança política e económica.[3]
Com a preocupação de salvaguardar as suas fronteiras e os domínios ultramarinos da ameaça francesa, Portugal assinou, em 1793, tratados com a Espanha e o Reino Unido e enviou uma força, na qualidade de auxiliar do exército espanhol, para participar na Campanha do Rossilhão. O Tratado de Basileia (22 de julho de 1795) pôs fim ao conflito e Portugal procurou manter daí em diante uma posição de neutralidade que, na realidade, não tinha força para manter.
Manuel de Godoy entregando um ramo com laranjas, para a rainha Maria Luísa de Parma. Ilustração de Benito Pérez Galdós.
Em 1801, a Guerra das Laranjas não foi apenas um conflito entre Portugal e Espanha. Na realidade, esta era continuamente pressionada pela França para invadir Portugal e fechar, desta forma, os portos portugueses ao comércio britânico. Em Janeiro de 1801 foi assinada uma Convenção entre a França e a Espanha, que deu origem a um ultimato a Portugal para pôr termo à aliança com o Reino Unido, fechar os seus portos àquela potência e abri-los à França e Espanha, além de outras questões importantes. Caso Portugal não aceitasse os termos do ultimato seria invadido pelo exército espanhol, com o auxílio francês. Em desvantagem, e procurando evitar que a invasão fosse muito além da fronteira do Alentejo, Portugal assinou o Tratado de Badajoz, em 6 de Junho de 1801, com perdas económicas, territoriais e o encerramento dos portos do Reino e de todos os seus domínios aos navios britânicos. Portugal procurou não hostilizar a França ou a Espanha mas não podia afastar a aliança britânica porque esta era a garantia do seu acesso aos domínios ultramarinos, fundamentais para a manutenção da sua economia.
No dia 21 de Outubro de 1805, na Batalha de Trafalgar, Napoleão perdeu o controlo do Atlântico e tornou-se impossível a invasão francesa das Ilhas Britânicas. A luta entre a França e o Reino Unido, para além dos confrontos militares das coligações, iria então situar-se no campo económico. Nos anos seguintes, 1806 e 1807, dão-se dois acontecimentos importantes para Portugal: o Decreto de Berlim de 21 de Novembro de 1806, que determinava o Bloqueio Continental, e as assinaturas dos Tratados de Tilsit, com a Rússia (secreto, 7 de Julho de 1807) e com a Prússia (público, 9 de julho de 1807), na localidade de Tilsit, hoje Sovetsk.
O Bloqueio Continental consistiu em impedir o acesso dos navios do Reino Unido a portos dos países então submetidos ao domínio do Império Francês. Com o decreto de Berlim procurava-se isolar e asfixiar economicamente o Reino Unido, impedindo as suas relações comerciais com os principais consumidores da sua produção industrial. As acções de bloqueio aos portos franceses e o aprisionamento de alguns navios franceses pela armada britânica deram a Napoleão o pretexto para esta acção. Se Portugal aderisse ao Bloqueio Continental, o que significava hostilizar o Reino Unido, certamente perderia a possibilidade de assegurar as linhas de comunicação com os seus domínios ultramarinos. Além disso, perdendo os benefícios da aliança com os Britânicos, embora não hostilizando os Franceses, não ficava a salvo das ambições espanholas. Portugal não aderiu ao Bloqueio Continental e a sua política externa continuou a oscilar entre as pressões britânicas, cuja assistência se mostrava indispensável, tanto económica como militarmente, e a França cada vez mais ameaçadora[4]
Após a destruição do exército russo na Batalha de Friedland (hoje chamada Pravdinsk), em 14 de Junho de 1807, o Czar Alexandre I acedeu a assinar o Tratado de Tilsit. Duas das consequências deste tratado foram a adesão da Rússia ao Bloqueio Continental e o fim da Quarta Coligação. A assinatura do tratado com a Prússia, que tinha sido derrotada no ano anterior na Batalha de Jena, integrava também este reino e uma vasta região do Báltico no Bloqueio Continental. Mas o Tratado de Tilsit, ao pôr um fim à Quarta Coligação, libertava recursos a Napoleão para intervir na Península Ibérica. Esta intervenção, com o objectivo declarado de dominar Portugal, depressa revelou a sua verdadeira dimensão ao procurar também o domínio de Espanha. Entretanto, Espanha e França assinavam o Tratado de Fontainebleau em 27 de Outubro de 1807.
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