qual a relação das lutas de independência na América espanhola com os movimentos revolucionários europeus nesse período?
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Resposta:
Independência da América Espanhola. O processo de independência da América Espanhola ocorreu em um conjunto de situações experimentadas ao longo do século XVIII. Nesse período, observamos a ascensão de um novo conjunto de valores que questionava diretamente o pacto colonial e o autoritarismo das monarquias.
Explicação:
Resposta:
Quando Napoleão Bonaparte resolveu atacar a Espanha em 1808, a maioria do povo da distante América espanhola não sabia que esse ato iria interferir diretamente em seu destino. E não se trata de defender a teoria popular do chamado efeito borboleta, segundo a qual o bater de asas de uma borboleta aqui pode causar um tufão do outro lado do mundo.
Mas a verdade é que alguns acontecimentos do final do século 18 que repercutiam na Europa influenciaram diretamente as lutas pela independência das colônias espanholas da América, em que pese o tempo que as informações gastavam para se deslocar de um continente a outro.
Entre esses acontecimentos, devem ser lembrados especialmente a Revolução Industrial na Inglaterra, a Independência das 13 Colônias Inglesas, a Revolução Francesa, as Guerras Napoleônicas e, na América Central, a Independência do Haiti: todos eles, a seu modo, movimentos deflagradores de uma nova consciência social.
O contexto da luta
Os criollos eram a elite americana descendente de espanhóis, excluída dos altos cargos dirigentes, embora constituíssem a classe dos grandes proprietários de terras, dos arrendatários de minas, dos comerciantes e dos pecuaristas. Manifestavam suas insatisfações desde meados do século 18 e, influenciados pelo Iluminismo, iam forjando aos poucos um nacionalismo contrário ao domínio espanhol.
A Guerra de Independência dos Estados Unidos serviu de exemplo para os colonos latino-americanos, pois, pela primeira vez, colônias da América lutaram por sua independência e foram bem-sucedidas. Traduções de textos e transcrições de discursos dos "pais da independência" dos EUA circulavam por toda a América colonial, fomentando ainda mais a revolta dos criollos contra a coroa espanhola.
A posição da Espanha nesse conflito, a favor da independência dos colonos ingleses, foi uma contradição inusitada, pois o apoio às ideias liberais dos colonos da América do Norte chocava-se com a administração monopolista sustentada nas colônias americanas.
O "imbróglio diplomático"
A Espanha, nessa época, vivia uma situação diplomática difícil. Desde que a família Bourbon, de origem francesa, assumiu o trono espanhol em 1700, as coroas dos dois países fizeram alianças, chamadas de Pactos de Famílias, para garantir a concorrência de ambas diante do crescente poderio econômico britânico. Tais alianças eram uma resposta à Inglaterra, que nessa época dava início à Revolução Industrial, e buscava ampliar o mercado consumidor para seus produtos.
Diante dessa situação, quando se iniciou a Guerra de Independência dos Estados Unidos, França e Espanha viram-se obrigadas a apoiar os colonos rebeldes, o que só fez aumentar a insatisfação dos colonos latino-americanos, que não entendiam como a Espanha podia, ao mesmo tempo, ser a favor e contra a liberdade colonial.