História, perguntado por thaiskethelynspafslz, 11 meses atrás

qual a posição oficial do governo brasileiro frente ao bloqueio imposto a cuba?

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Respondido por LyanSamers
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Cuba atual não é importante economicamente, mas o é politicamente e ideologicamente, com forte conotação simbólica, que remonta a guerrilha de Fidel Castro e Che Guevara, ícones internacionais e que até hoje povoam o imaginário de diversas gerações — as mais jovens e as mais antigas. Combater e sufocar Cuba é essencial para os grandes capitalistas e seus governos, porque acreditam que dessa forma "matam" o sonho do socialismo.
Respondido por rayaneamaral90
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BRASÍLIA - Sob a pressão da Crise dos Mísseis, há 50 anos, o Brasil de João Goulart já expunha fissuras que, dois anos depois, levariam à ruptura do golpe militar. Documentos da época mostram que o governo brasileiro estava dividido sobre como reagir ao risco das armas soviéticas em Cuba e a cúpula dos militares, muitos dos quais dariam o golpe dois anos depois, pressionava Jango a enviar forças para contribuir com o embargo naval imposto à ilha de Fidel Castro.Em outubro de 1962, o então líder soviético, Nikita Khruchev, decidira instalar foguetes nucleares a quase 300 quilômetros de Miami, algo que o governo de John F. Kennedy estava disposto a impedir a qualquer custo – até mesmo com a guerra.Com base em documentos secretos da diplomacia brasileira, análises de historiadores e testemunhos de protagonistas, o Estado mostra desde o domingo como o Brasil de Jango, solidário a Cuba, mas dependente dos EUA, acompanhou de perto e chegou a tentar mediar a crise que ameaçava iniciar a 3a Guerra Mundial.Um dia depois de Kennedy discursar na TV anunciando ao mundo a crise, a Organização dos Estados Americanos (OEA) adotou por unanimidade – portanto, com voto favorável do Brasil de Jango – uma resolução impondo um embargo naval à ilha socialista.No entanto, em carta secreta ao presidente americano naquele mesmo dia, o líder brasileiro havia recusado dialogar sobre preparativos para uma resposta militar à presença dos mísseis em Cuba.Países como Argentina, Venezuela e Colômbia enviaram forças para ajudar os EUA a isolar a ilha de Fidel. O governo de Jango, porém, resistia a mandar tropas brasileiras – sob crescente pressão interna.Benefícios. "Estou informado que os adidos militares desta embaixada estão sugerindo hoje ao EMFA (Estado-Maior das Forças Armadas) e aos chefes dos Estados-Maiores respectivos que o governo brasileiro ofereça elementos de nossas Forças Armadas para colaborar no bloqueio a Cuba", escrevia, às 18h30 do dia 31 de outubro, o embaixador do Brasil em Washington, Roberto Campos, ao chanceler brasileiro, Hermes Lima. Com o golpe de 1964, Campos se tornaria ministro do Planejamento do governo Castello Branco.O diplomata continuava a mensagem enumerando as vantagens que traria uma participação do Brasil no cerco a Cuba. Membros do Congresso americano, reticentes ao envio de ajuda econômica ao Brasil de Jango, veriam o apoio ao bloqueio com bons olhos, dizia Campos, "e a maioria dos países latino-americanos tem oferecido contribuição".Pressões. O embaixador ainda chamava atenção para "a nova compreensão do problema" dos mísseis em Cuba por líderes da esquerda brasileira, como Brizola, e, provavelmente, o Brasil não precisaria de fato enviar as tropas, mas apenas faria o gesto de "solidariedade" a Washington.Ao longo da crise, Campos relata, em mensagens diversas, conversas com autoridades americanas, incluindo o próprio presidente Kennedy, que cobravam o Brasil pela "tibieza" de sua posição e, supostamente, o acusavam de ser um dos aliados menos solidários ao bloco ocidental, "juntamente com a Itália".Do outro lado da cortina de ferro, o embaixador do Brasil em Moscou, Vasco Leitão da Cunha – que se tornaria chanceler com o golpe de 1964 –, narrava como a imprensa soviética vinha dando amplo destaque à posição de Jango "com declarações elogiosas".Solidariedade. A defesa da autonomia de Cuba se tornara um ponto central da diplomacia brasileira no governo Jânio Quadros e Jango manteve uma diplomacia amplamente solidária a Havana. Em maio de 1962, o embaixador do Brasil em Cuba, Luiz Bastian Pinto, passava um recado ao ministro San Tiago Dantas: "Tive ontem longa conversa com Fidel Castro, o qual me pediu expressamente transmitir a Vossa Excelência a confiança e a admiração que lhe inspiram o Brasil e o presidente Goulart e, especialmente, a política externa do governo brasileiro".Exatamente dois anos depois, com o golpe militar, o Ministério das Relações Exteriores no Rio enviava à Embaixada do Brasil em Havana ordens para romper as relações diplomáticas com Cuba.O encarregado de negócios na ilha, Enaldo Camaz Magalhães, deveria afirmar que "o governo dos Estados Unidos do Brasil considera não haver mais condições para o prosseguimento de relações diplomáticas" ao chanceler cubano, Raúl Roa García. Se o emissário brasileiro não fosse recebido por nenhuma autoridade de Havana, bastaria deixar a nota na chancelaria e ir embora.
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