Qual a participação dos EUA na ditadura da Argentina?
Soluções para a tarefa
Falar em sala de aula sobre o governo João Goulart coloca qualquer professor de história em uma curiosa situação. Afinal de contas, as polêmicas em torno do golpe de 1964 ocupam um espaço muito maior do que as outras questões desenvolvidas nos anos anteriores do seu mandato. Muitos alunos especulam sobre os fatores que determinaram o fim do regime democrático e abriram caminho para que o país fosse controlado por uma ditadura ao longo de duas décadas.
Nesse sentido, vale salientar que o golpe militar não pode ser visto como resultado da ação de homens fardados que representavam as Forças Armadas. Além dos militares, vemos que diversos grupos da sociedade civil também concordavam com a instalação do regime militar e, logo que organizado, contribuíram para que os opositores deste regime fossem perseguidos. É de suma importância mostrar o golpe como uma soma de fatores que o viabilizaram politicamente.
Retomando o contexto da Guerra Fria, devemos salientar junto à classe que a ditadura em nosso país também deve ser vista como resultado do cenário político internacional. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, EUA e União Soviética disputavam cada palmo das nações que estariam sob a sua influência. Capitalismo e socialismo eram os modelos que imperavam em grande parte das nações espalhadas pelo mundo.
Nesse clima de disputas, os EUA tinham claras intenções de garantir a sua hegemonia sobre o continente americano. Tal preocupação só aumentava na medida em que a Revolução Cubana de 1959 literalmente cravou um ponto de influência socialista nas Américas. Dali em diante, a grande preocupação norte-americana era fazer o possível para que outras “Cubas” não surgissem ao longo do continente. Para tanto, apoiaram a instalação de governos ditatoriais em diferentes locais da América Latina.
Ao falar desse apoio, o professor deve salientar que isso não quer dizer que existam amplas provas que determinam o elo entre a ditadura militar e os EUA. Contudo, o professor pode empreender uma atividade na qual os alunos assumam a função de críticos sobre o momento vivido antes do golpe militar. Para tanto, indicamos o uso do curioso telegrama enviado por Lincoln Gordon, então embaixador norte-americano no Brasil:
Assim como ocorreu nas ditaduras de outros países da América Latina, o governo dos Estados Unidos participou da ditadura militar na Argentina apoiando-a politicamente, diplomaticamente e, por meio de ações da CIA, também na prática.
Politicamente e diplomaticamente os Estados Unidos defendiam na ONU e por meio da sua política externa a "constitucionalidade" das ditaduras militares na América do Sul, ao invés de denunciá-las como claras violações dos direitos e liberdades individuais dos cidadãos destes países.
Fazia isto como uma forma de garantir que não houvesse no continente uma difusão de ideias socialistas, de modo a manter a sua influência sobre a América Latina no contexto da Guerra Fria.
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