qual a origem dos blocos líricos?
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Passaram a serem reconhecidos pelo público como Blocos Líricos. Até o Carnaval, o Pátio de São Pedro abre alas para os Acertos de Marcha. Aberto ao público, os blocos começam a se apresentar sempre a partir das 19h nos dias 19 (sexta) e 25 de janeiro (quinta), além de 8 de fevereiro (quinta da semana pré-carnavalesca – Vide serviço ao fim da matéria).
Os Blocos Líricos têm suas raízes nas folias de reis e nos pastoris, reunia famílias inteiras em frente de suas casas entoando músicas que se eternizaram na cultura carnavalesca do pernambucano, mas em especial na cultura do Carnaval do Recife. Em 1920 surgem os primeiros blocos: Bloco das Flores, Andaluzes e Cartomantes são exemplos clássicos e que se eternizaram na música ‘Valores do Passado’, de Edgard Moraes. Seis anos depois, Capiba lança a composição ‘Madeira que Cupim não Rói’ e nesse momento os Blocos Líricos se inserem de maneira afetiva e efetiva no carnaval recifense. Os blocos Batutas de São José e Banhistas do Pina despontam para a folia na década de 1930 seguidos de tantos outros ao longo dos anos, com o Bloco da Saudade, fundado em 1973 à época com 34 integrantes.
Os corais femininos são uma das características mais fortes junto com a orquestra de pau e corda, que são formadas por banjo, cavaquinho, violão, violino, clarinete, flauta, saxofone, surdo, pandeiro e caixa. As apresentações seguem um rito que é iniciado com os hinos, que são cânticos característicos do bloco, como é o caso do hino Batutas de São José. Ao terminar, na hora do adeus, são entoadas as músicas de regresso numa despedida com uma pitada de tristeza misturada com a vontade de quero mais nos corações dos foliões. Esse é o caso, por exemplo, da ‘Evocação nº 1’, de Nelson Ferreira: “Adeus, adeus minha gente / Que já cantamos bastante/ Recife adormecia/ Ficava a sonhar/ Ao som da triste melodia…”. E Getúlio Cavalcanti com o ‘Último Regresso’: “Falam tanto que meu bloco está / dando adeus pra nunca mais sair / E depois que ele desfilar / Do meu povo vai se despedir…”.
Ao invés dos porta-estandartes, os blocos se apresentam com flabelo e o flabelista é aquele ou aquela que tem a hornaria de levar nas mãos o nome do bloco passeando por entre os fantasiados no salão ou nas ruas. Sempre com elegância e reverências delicadas, os flabelos conduzem os demais integrantes ao som de compositores como Capiba, Edgard Moraes, João Santiago, Luís de França, Arnaldo Paes Andrade e Nelson Ferreira. Além dos antigos sucessos de frevos de pau e corda, que são sempre reverenciados por todos os corais, os blocos trazem a tradição de apresentar composições próprias. E assim o frevo de bloco mantém a tradição e se renova. Entre compositores da história mais recente o homenageado do Carnaval do recife, Jota Michilles, Fátima de Castro, Lúcia Helena Gondra, Romero Amorim, Maurício Cavalcanti, Bráulio de Castro entre tantos outros.
O deleite de participar dos Blocos Líricos é compartilhado com os foliões vindos de todas as partes para prestigiar a história viva dos velhos carnavais. Carnavais que se reiventam dentro da tradição, que ainda no século XXI continua envolvendo a família. Participam os pequenos, os pais, as mães, os sobrinhos, os avós, as filhas, os cunhados, a sogra, há espaço para todos. Essa mesma energia contagia muitas vezes os amigos e o bloco cresce. No Recife, cerca de 40 blocos participam oficialmente dos festejos de Momo promovidos pela Prefeitura do Recife. A maioria é da capital, mas outros são de cidades vizinhas, como São Lourenço da Mata, Camaragibe e Olinda, que fazem questão de todos os anos participar. Agora que você já sabe um pouco mais sobre a história dos Blocos Líricos, é só se programar para participar do Acerto de Marcha no Pátio de São Pedro.