Química, perguntado por daniceica21, 3 meses atrás

Qual a melhor maneira de identificar se as campanhas de vacinação fazem bem ou fazem mal para a população de uma determinada região?
A febre amarela é uma doença endêmica do Brasil. Qual é o hospedeiro do vírus transmissor dessa doença e quem foi o cientista que conteve essa doença no Brasil?

Soluções para a tarefa

Respondido por sofiahx021
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Resposta:

A febre amarela (FA) silvestre é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, causada por um arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridade. Epidemiologicamente, a doença pode se apresentar sob duas formas distintas: febre amarela urbana (FAU) e febre amarela silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra apenas pela localização geográfica, espécie vetorial e tipo de hospedeiro.

A doença mantém-se endêmica e enzoótica em diversas regiões tropicais das Américas e da África, e de modo esporádico, são registrados surtos e epidemias de magnitude variável.

Atualmente, nas Américas, são conhecidos dois ciclos de transmissão do vírus da FA: um urbano, do tipo homem-mosquito-homem, no qual o Aedes aegypti é o principal vetor; e o outro silvestre, complexo, no qual diferentes espécies de mosquitos (Haemagogus spp. e Sabethes spp.) atuam como vetores e primatas não humanos (PNH) participam como hospedeiros, amplificando o vírus durante a fase virêmica.

No humano a Febre Amarela possui rápida evolução, com cerca de 10% dos casos, evoluindo para formas graves com icterícia (amarelão da pele), dor abdominal intensa, sangramentos em sistema digestivo (vômitos ou fezes com sangue), pele ou urina e falência renal. Por isso a importância de identificar a doença precocemente para realizar os cuidados médicos necessários.

A vacina está disponível nas unidades de saúde de todo estado. Quem tem entre 9 meses de idade e 59 anos e nunca tomou uma dose deve se vacinar. Confira abaixo informações específicas sobre vacinação, protocolos, boletins e fluxos próprios do Estado.

IMPORTANTE: Qualquer pessoa não vacinada, independentemente da idade ou sexo, que se exponha em áreas de risco e/ou com recomendação de vacina. É fundamental cobertura vacinal da população em todo o território nacional, esta é a principal forma de prevenir a febre amarela.

Agente Etiológico

Vírus Amarílico, gênero Flavivírus e família Flaviridae. Ele pertence ao mesmo gênero e família de outros vírus responsáveis por doença no homem, entre os quais a Dengue.

Vetores, Reservatórios e Hospedeiros

Os mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes, principalmente, têm importante papel epidemiológico na perpetuação do vírus da FAS, no Brasil. Os hospedeiros naturais são os Primatas Não Humanos (macacos). O homem, não imunizado, entra nesse ciclo acidentalmente.

Na febre amarela urbana (FAU), o Aedes aegypti é seu principal vetor, com um ciclo simples, do tipo homem-mosquito-homem onde o Aedes aegypti responsabiliza-se pela disseminação da doença, e o homem é o único hospedeiro de importância epidemiológica.

IMPORTANTE: Os macacos não transmitem a febre amarela! Eles são importantes sentinelas para alerta em regiões onde o vírus da Febre Amarela está circulando. Macacos mortos são analisados em exames específicos para detectar se a causa morte foi Febre Amarela, o que aciona o alerta de cuidado com as pessoas

Modo de Transmissão

O vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A doença não é passada de pessoa a pessoa. A série histórica da doença no Brasil tem demonstrado maior frequência de ocorrência de casos humanos nos meses de dezembro e maio, como um padrão sazonal.

Esse fato ocorre principalmente no verão, quando a temperatura média aumenta na estação das chuvas, favorecendo a reprodução e proliferação de mosquitos (vetores) e, por consequência o potencial de circulação do vírus.

Os vetores silvestres têm hábito diurno, realizando o repasto sanguíneo durante as horas mais quentes do dia, sendo os vetores dos gêneros Haemagogus e Sabethes, geralmente, mais ativos entre às 9h e 16h da tarde.

Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão: o silvestre e o urbano. Apesar desses ciclos diferentes, a febre amarela tem as mesmas características sob o ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico.

No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata.

No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.

IMPORTANTE: O ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942 e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.

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