Qual a influência econômica no American Way of Life?
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Resposta:
American Way of Life
Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História
American way of life ou "estilo de vida americano" foi um modelo de comportamento surgido nos Estados Unidos após a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais.
Este modo de viver passava pelo consumismo, a padronização social e a crença nos valores democráticos liberais.
Características do American Way of Life
A ideia de uma vida feliz, vitoriosa e onde há liberdade definem este jeito de vida americano. Esta felicidade alcançada pelos meios materiais tornou-se a válvula de escape para esquecer os horrores da Primeira e da Segunda Guerra.
Estilo de vida americano
O ideal de vida americano passava pelo consumo de muita comida, produtos e atividades de lazer
O American Way of Life só foi possível por conta da superioridade tecnológica americana, do poderio do seu exército e do arsenal de guerra desenvolvido após os conflitos.
A fabricação em massa possibilitou o consumo em grande escala e com o crédito barato, os americanos aproveitaram para comprar bens, muitas vezes supérfluos.
O automóvel vira um objeto de desejo, especialmente a partir do seu abaratamento realizado pelo empresário Henry Ford.
A televisão passa a ser um item indispensável nas casas e, com ela, a divulgação de um determinado padrão de beleza, de vida e comportamentos.
Por isso, os Estados Unidos venderam a ideia da felicidade pelo consumo, onde comprar e desfrutar o tempo livre em atividades de lazer são o eixo central da existência.
Veja também: O que é Consumismo?
Crise de 1929
Essa prosperidade será posta em xeque quando acontece a queda da Bolsa de Nova York e os Estados Unidos enfrentam uma forte crise econômica.
Fila do pão em Kentucky
O contraste entre o cartaz com os dizeres "O mais alto nível de vida do mundo - não há outro estilo melhor que o estilo americano" e pessoas esperando sua vez na fila do pão, em Kentucky, 1937.
Sem conseguir fabricar como antes, várias indústrias fecham as portas e o desemprego aumenta. Milhares de pessoas perdem seus bens e os níveis de consumo caem.
Para erguer a economia americana, o presidente americano Franklin Roosevelt (1882-1945) lança o programa New Deal. No entanto, somente com a Segunda Guerra Mundial, os EUA recuperam sua capacidade produtiva.
Veja também: Crise de 1929 (Grande Depressão)
Guerra Fria
O American Way of Life emerge com força após a Segunda Guerra Mundial. Deste modo, o modelo americano se impõe em todo mundo e será a referência de bem-estar para os países capitalistas ocidentais.
Assim, os Estados Unidos construíram uma sociedade praticamente sem desemprego onde todos os sonhos podiam ser realizados.
Esta vitrine de sociedade perfeita e igualitária, vendida através dos filmes e das propagandas, serão fundamentais para lutar contra a União Soviética e o comunismo durante a Guerra Fria.
Veja também: Guerra Fria
O Outro Lado do Estilo de Vida Americano
No entanto, nem toda sociedade foi beneficiada por esta prosperidade.
Os afro-descendentes estiveram excluídos dos direitos civis durante a primeira metade do século XX e nas décadas de 50 e 60 aconteceram as grandes manifestações pela igualdade jurídica.
Também o anticomunismo chegou a níveis de histeria com as investigações levadas a cabo pelo senador Joseph Raymond McCarthy (1909-1957).
Em sua luta contra as ideias comunistas, McCarthy conseguiu aprovar uma lei na qual qualquer cidadão americano poderia acusar outro, sem provas, de ser comunista.
Isso levou a verdadeiros expurgos nas universidades, administração pública e na indústria de entretenimento, como o cinema de Hollywood.
Veja também: Macartismo
American Way of Life no Brasil
Propaganda nos anos 50
A publicidade de eletrodomésticos espalhava o padrão de vida e beleza americanos
O Brasil não ficou imune ao estilo de vida americano. Com a política da Boa-Vizinhança realizada pelos Estados Unidos e aceita por Getúlio Vargas, os americanos foram se tornando os primeiros exportadores de produtos domésticos para o Brasil.
Desta forma, o comércio se encheu de bens de consumo que só estavam acessíveis a um pequena parte da população. Comprar a crédito e, consequentemente, endividar-se, era a única saída para imitar este padrão de vida.
Após a Segunda Guerra, com o alinhamento do Brasil aos países ocidentais, a adoção do estilo de vida americano ficou patente com importação de refrigerantes, chicletes, carros e de um jeito de viver que primava pelo consumo antes de tudo.
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