Qual a importância do dualismo cartesiano na sociedade moderna e como ele aparece na vida cotidiana?
E como esse dualismo desconsidera outras culturas, saberes?
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Explicação:
Os dualistas compreendem a existência como uma oposição entre formas distintas, ou seja, entre o bem e o mal, o consciente e o inconsciente, luz e trevas, matéria e espírito, alma e corpo, entre outras, as quais não podem ser reduzidas umas às outras. Esta corrente de pensamento pressupõe a diferença fundamental entre corpo e mente, por mais que pareçam não ser distintos um do outro à luz da percepção sensorial.
René Descartes, porém, ardoroso defensor desta idéia, não confia no conhecimento revelado através dos sentidos. Assim, para este filósofo há no mundo duas substâncias - res cogitans ou res extensa. Da primeira esfera se destaca o universo do pensamento, da reflexão, da atividade intelectual e da liberdade de agir; da segunda partiria o plano da extensão, de tudo que está determinado de alguma forma, e da atitude passiva.
Mas muitos estudiosos vêem na mentalidade cartesiana algumas sérias dificuldades herdadas pela Filosofia, como a embaraçosa tentativa de definir como interagem entre si forças tão diferentes. Para Descartes, em uma visão que tende ao panteísmo, apenas em Deus estas substâncias poderiam se fundir e constituir um todo, pois é da Divindade que elas teriam se originado. Mas ele não consegue explicar como algo finito pode ter como fonte um ser infinito.
Ainda segundo o pensamento cartesiano, a aparente oposição entre espírito e mente não é verdadeira, pois ambos pertencem à esfera do res cogitans. Alguns acreditam na distinção entre eles pelas características próprias de cada um, uma vez que o primeiro é ativo, mutante, inventivo, enquanto a mente tende ao ato reflexivo, meditativo, mantendo-se quase inalterável. No res cogitans, portanto, o elemento laborioso é o espiritual, ao passo que o intelecto é a fração inerte, algo por vir, que pode ser praticamente pesado, tocado.
Esta expressão foi pioneiramente utilizada por Thomas Hyde, no ano de 1700, no seu livro Historia religionis veterum Persarum, um texto sobre a religiosidade do povo persa, por ele designada de dualista, pois seus protagonistas eram duas entidades sagradas opostas, Ormuz, símbolo da Luz, e Arimã, ícone das Trevas. Resumindo, tratava-se de um embate entre o bem e o mal, constituindo assim uma forma de maniqueísmo.
Esta concepção é sempre compreendida em oposição ao monismo, doutrina que defendia ser tudo proveniente de uma única substância. Os monistas chegam a crer que até mesmo o dualismo pode ser incluído em um princípio único, que constituiria a realidade em sua essência. Nos estudos filosóficos, porém, dualismo e monismo são faces reveladas pelos filósofos ao longo de sua trajetória, sendo estes conceitos incapazes de satisfazer todos os ângulos avaliados pela Filosofia, todos os caminhos por ela percorridos. Desta forma, é possível identificar traços destes pensamentos em Sócrates, Aristóteles, Santo Agostinho, Descartes, entre outros filósofos.