qual a importância da deusa Ìris para o mundo grego?
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Resposta:
O culto de Ísis, assim como outros no mundo greco-romano, não tinha um dogma concreto, com suas crenças e práticas permanecendo apenas vagamente similares entre si enquanto difundiam-se pela região e evoluíam com o decorrer do tempo. Aretologias gregas que elogiavam a deusa proporcionam boa parte das informações sobre esses cultos. Partes dessas aretologias eram similares às ideias presentes nos hinos egípcios posteriores, como aqueles existentes em Filas, enquanto outros elementos eram totalmente gregos. Outras informações vem de Plutarco, cujo livro Sobre Ísis e Osíris interpreta os deuses egípcios a partir de sua filosofia média platônica, enquanto vários outros trabalhos de literatura latina e grega falavam da veneração de Ísis, especialmente um romance de Apuleio conhecido como Metamorfoses ou O Asno de Ouro, que termina ao descrever como o protagonista tem uma visão da deusa e torna-se um de seus devotos.
Aretologias elaboraram sobre o papel de Ísis como esposa e mãe no mito de Osíris e lhe chamaram de a inventora do casamento e paternidade. Ela era invocada para proteger as mulheres no parto e, em romances gregos como Conto Efésico, para proteger sua virgindade. Alguns textos antigos sugerem que ela era a padroeira em geral das mulheres. Seu culto pode ter servido a fim de promover a autonomia feminina de forma limitada, com o poder e autoridade de Ísis atuando como precedente, porém no mito ela era dedicada e nunca totalmente independente de seu filho e marido. As aretologias mostravam atitudes ambíguas em relação à independência feminina: uma dizia que a deusa fez as mulheres em igualdade com os homens, porém outra dizia que ela fez as mulheres subordinadas a seus maridos.
Ísis era frequentemente caracterizada como uma deusa lunar, fazendo um paralelo com as características solares de Serápis. Ela também era vista como uma divindade cósmica de forma mais geral. Diversos textos afirmavam que ela organizava o comportamento do Sol, Lua e estrelas, governando o tempo e as estações do ano que, por sua vez, garantiam a fertilidade da terra. Esses textos também lhe creditam com a invenção da agricultura, estabelecimento das leis e elaboração ou promoção de outros elementos da sociedade humana. Esta ideia vinha de antigas tradições gregas sobre os papéis de vários deuses e do herói cultural, incluindo Deméter, no estabelecimento da civilização.
Ela também cuidava dos mares e portos. Marinheiros costumavam deixar inscrições convocando-a para proteger e trazer boa sorte em suas viagens. Neste papel ela era chamada de Isis Pelagia, "Ísis do Mar", ou também Isis Pharia, em referência a uma vela de navegação ou à ilha de Faros, local do Farol de Alexandria. Esta forma de Ísis emergiu durante os tempos helênicos e pode ter sido inspirada por imagens egípcias da deusa em uma barca, além de por deuses gregos que protegiam a navegação, como Afrodite. Isis Pelagia desenvolveu uma significância extra em Roma: o suprimento alimentício da cidade era dependente de carregamentos de cereais vindos de suas províncias, especialmente do Egito, assim Ísis garantia colheitas férteis e protegia os navios que carregavam a comida pelos mares – assim garantindo o bem estar do império como um todo. Dizia-se que sua proteção do Estado estendia-se também para os exércitos, assim como era no Reino Ptolemaico, algumas vezes sendo inclusive chamada de Isis Invicta, "Ísis Invencível". Suas funções eram tão numerosas que ela acabou por ser chamada de myrionymos, "a de incontáveis nomes", e panthea, "deusa de tudo".Tanto Plutarco quanto o filósofo Proclo mencionaram uma estátua velada da deusa egípcia Neite que eles misturaram com Ísis, citando isto como um exemplo de sua universalidade e sabedoria enigmática. Ela tinha as inscrições "Sou tudo que já foi e será; e nenhum mortal jamais levantou meu manto".
Também dizia-se que Ísis beneficiava seus seguidores no pós-vida, algo que não era muito enfatizado nas religiões grega e romana. Metamorfoses e inscrições deixadas por adoradores sugerem que muitos de seus seguidores acreditavam que ela lhes garantiria um pós-vida melhor em troca de sua devoção. Esse pós-vida era caracterizado inconsistentemente. Alguns diziam que beneficiariam-se da água vivificante de Osíris, enquanto outros esperavam velejar para as Ilhas Afortunadas da tradição grega.
Dizia-se, assim como no Egito, que Ísis tinha poder sobre o destino, que na tradição religiosa grega era um poder que até mesmo os deuses não podiam desafiar. O historiador Valentino Gasparini afirma que esse controle unia todos os traços díspares da deusa. Ela governava o cosmos ao mesmo tempo que aliviava as pessoas de seus infortúnios comparativamente triviais, com sua influência estendendo-se para o reino dos mortos, que era "individual e universal ao mesmo tempo".
Explicação:
Resposta:
Íris era a personificação do arco-íris e mensageira dos deuses. Como o arco-íris para unir a Terra e o céu. Íris é a mensageira dos deuses para os seres humanos; neste contexto ela é frequentemente mencionada na Ilíada, mas jamais na Odisseia, onde Hermes toma seu lugar.