Qual a diferença de cabloquinho e maracatu
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Resposta:
cidade de Paudalho, na Zona da Mata de Pernambuco, é conhecida pela religiosidade, sendo a terra da romaria. Mas nesta segunda-feira (17), em pleno carnaval, o município é ponto de encontro de maracatus de baque solto, frevo, caboclinhos, encontro de bois, blocos líricos e escolas de samba. Do Sábado de Zé Pereira até a Quarta de Cinzas, Paudalho é destino certo para quem quer curtir a folia de momo, com dois palcos montados na área central da cidade.
Maria do Socorro Assis vê o desfile dos maracatus e caboclinhos da varanda de casa. (Foto: Luka Santos/G1)
Maria do Socorro Assis vê o desfile dos maracatus
e caboclinhos da varanda de casa.
(Foto: Luka Santos/G1)
Os 51 mil habitantes do município vivem intensamente o sentimento de alegria e brincadeira, como Maria do Socorro Assis, de 88 anos, que dá um jeito para não perder o colorido e a cultura do polo carnavalesco. Por causa da idade, ela acompanha todos os desfiles da varanda da casa onde mora. "Sinto saudades de pular o carnaval. Na janela é como se estivesse lá embaixo sendo feliz", compara.
Maracatus de baque solto do interior do estado participam da festa, apresentando os imponentes caboclos de lança. O porta-estandarte do Águia Dourada de Carpina, Alexandre Neris, de 37 anos, comenta que passou anos no Rio de Janeiro, mas que voltou para a cultura do maracatu por amor. "Essa tradição passa pelas gerações, vem do meu pai", explica. A prova deste legado é Douglas Mendonça, de 11 anos, que sai como caboclo de lança desde os 3 anos. "Vi meu tio fazendo, achei bonito e pedi para ser também", fala.
Frevo também marca presença na cultura da cidade com os grupos Clube Lenhadores de Paudalho, que completa 108 anos, e o centenário Estrela do Paudalho. As duas agremiações levantam rivalidades fervorosas, chegando a dividir o município na época de carnaval. O presidente interino dos Lenhadores, Jobert Oliveira, fala que a disputa é quase igual a uma torcida de time de futebol. "É sadia, mas tem gente que não pisa nem na calçada do outro clube", afirma.
Socorro Mendonça, ex-diretora do Estrela de Paudalho, já passou muitas noites costurando fantasias. (Foto: Luka Santos/G1)
Socorro Mendonça, ex-diretora do Estrela de
Paudalho, já passou muitas noites costurando
fantasias. (Foto: Luka Santos/G1)
A ex-diretora do Estrela de Paudalho, Socorro Mendonça, de 72 anos, conta que a paixão pelos clubes já vem de berço. "Cheguei a virar a noite costurando as fantasias", diz. Homenageando os maestros Biza, Sandro e Geneton, que tocavam no clube e faleceram no ano passado, a escola desfila nas cores vermelha e branca pela praça da cidade.
O dia de festa em Paudalho ainda contou com a presença dos tradicionais bois, como o Boi da Gente, criado em 2009. No primeiro ano em que se fantasia como protagonista da agremiação, o estudante Felipe Dias, de 15 anos, explica que pediu para encarnar o personagem pela importância que ele tem. "É lindo e alegre. Adoro imitar o animal e divertir as crianças", conta.