qual a cultura do amazonas?
Soluções para a tarefa
CULTURA NA AMAZÔNIA
1. Estabelecendo conceitos
“Cultura” é um termo capaz de encher bibliotecas ou, em nossos tempos, muito espaço de um (ou quem sabe até mais) disco rígido de computador. Com este trabalho estamos longe de pretender esgotar o significado do termo, ou oferecer a visão mais correta, mais adequada, mais completa, mais abrangente. Vale lembrar o dito popular: “todo ponto de vista é a vista de um ponto”.
Nesse sentido, utilizaremos a contribuição de outros autores para, a partir daí, tentar elaborar ou pelo menos esboçar um conceito que seja instrumentalizável para aquilo a que nos propomos.
Nada mais natural, pois, que recorrer a bons dicionários. Sendo assim, eis o que nos oferece o Aurélio desde o terceiro significado para o termo:
O complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade; civilização […]. 4. O desenvolvimento de um grupo social, uma nação, etc., que é fruto do esforço coletivo para o aprimoramento desses valores; civilização, progresso […]. 5. Atividade e desenvolvimento intelectuais; saber, ilustração, instrução. (1986, p. 508).
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Abbagnano, em seu Dicionário de filosofia oferece-nos mais de quatro páginas sobre esse verbete. Vale destacar aqui o parágrafo introdutório:
Esse termo tem dois significados básicos. No primeiro e mais antigo, significa a formação do homem, sua melhoria e seu refinamento. F. Bacon considerava a C. nesse sentido como a “geórgica do espírito” […], esclarecendo assim a origem metafórica desse termo. No segundo significado, indica o produto dessa formação, ou seja, o conjunto dos modos de viver e de pensar cultivados, civilizados, polidos, que também costumam ser indicados pelo nome de civilização. A passagem do primeiro para o segundo significado ocorreu no séc. XVIII por obra da filosofia iluminista, o que se nota bem por esse trecho de Kant: “Num ser racional cultura é a capacidade de escolher seus fins em geral (e portanto de ser livre). Por isso, só a C. pode ser o fim último que a natureza tem condições de apresentar ao gênero humano” […]. Como “fim”, a C. é produto (mais que produzir-se) da “geórgica da alma”. No mesmo sentido, Hegel dizia: “Um povo faz progressos em si, tem seu desenvolvimento e seu crepúsculo. O que se encontra aqui, sobretudo, é a categoria da C., de sua exageração e de sua degeneração: para um povo, esta última é produto ou fonte de ruína” […]. (2003, p. 225).
Aquilino de Pedro diz que a cultura “é a maneira de pensar, sentir e agir comum a um povo. É o enfoque da existência recebido do povo no qual a gente nasce. A cultura evolui, às vezes muito lentamente, às vezes com grande rapidez, como sucede em nossos dias, por influxo dos gigantescos meios de comunicação” (1999, p. 71).
A partir dessas três definições podemos estabelecer alguns traços em comum que perpassam a noção que o conceito quer expressar. Primeiramente a cultura é própria do ser humano. Abelhas, castores, formigas e os animais em geral, enfim, são capazes de construções e organizações magníficas que nos encantam e deixam pasmos. Entretanto, não produzem cultura, por sua vida é cíclica, a ciência é capaz de os prever, quer nos comportamentos individuais, quer nos coletivos, onde quer que estejam.
Seres humanos, por outro lado, produzem cultura porque são capazes de estabelecer normas e convenções quando vivem em sociedade. Daí que não existe cultura de um homem só. Outra noção que se depreende dessas três definições: cultura supõe um povo, uma nação, um grupo, que a vive, transmite e também transforma, Mas a noção de cultura não se aliena da noção de coletividade